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sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Machu Picchu - Peru

Impostômetro

Se quiser saber quanto de imposto está sendo pago no Brasil até o momento, a nível federal, estadual e municipal, vale a pena acessar: www.impostometro.com.br

Vietnã e o Agente Laranja


A Guerra do Vietnã terminou em 1975, mas o flagelo causado pela contaminação provocada por um herbicida chamado agente laranja ainda não terminou.

"Os danos causados pelo agente laranja são muito mais graves do que qualquer um imaginava na época em que a guerra acabou", disse Nguyen Trong Nhan, vice-presidente da Associação Vietnamita de Vítimas do Agente Laranja (Vava).

Milhões de galões de agente laranja foram despejados pelos Estados Unidos no Vietnã entre 1962 e 1970. O herbicida visava desfolhar a floresta e, assim, evidenciar esconderijos de guerrilheiros vietnamitas.

O agente laranja contém um dos mais fortes venenos existentes, uma variação da dioxina chamada TCCD. Após desfolhar a floresta, a dioxina espalhava sua toxina pela cadeia alimentar - o que teria gerado vários defeitos de nascença.

Segundo Nguyen Trong Nhan, o uso do agente laranja "foi uma pesada violação de direitos humanos da população civil e uma arma de destruição em massa".

Mas desde o fim da Guerra do Vietnã, Washington vem negando qualquer responsabilidade legal ou moral pelo legado tóxico que o agente laranja deixou no Vietnã.

Em janeiro de 2004, três vietnamitas, alegando terem sido vítimas de crimes de guerra, iniciaram um processo judicial contra a Monsanto, a Dow Chemicals e oito outras empresas multinacionais que usaram agente laranja e outros desfolhantes.
Defeitos de nascença
Na pequena comunidade de Cu Chi, que foi pesadamente atingida pelo agente laranja, a família de Tran Anh Kiet, de 21 anos, enfrenta os problemas do dia-a-dia.

Seus pés e mãos são deformados. Ele se contorce, com evidente dificuldade de locomoção e suas tentativas de falar se restringem a tristes grunhidos.

Kiet tem de ser alimentado com colher. Ele é um adulto preso no corpo de um menino de 15, com a idade mental de uma criança de seis. Ele é o que a população de seu vilarejo chama de um bebê do agente laranja.

No Vietnã, existem outras 150 mil crianças como ele, cujos defeitos de nascença, segundo a Cruz Vermelha vietnamita, podem ser rastreados até a exposição ao agente laranja que seus pais sofreram durante a guerra ou pelo consumo de comida ou água contaminada por dioxina desde 1975.

A associação Vava estima que 3 milhões de vietnamitas foram expostos ao agente químico durante a guerra e que, destes, 1 milhão enfrentam hoje sérios problemas de saúde devido à exposição.
Alguns destes são veteranos da guerra, que foram expostos às "nuvens químicas" durante o conflito. Muitos são fazendeiros que viviam da terra que foi atingida pelo herbicida. O agente laranja também atingiu uma segunda e uma terceira geração, afetadas pela exposição sofrida por seus pais.

Muitas das vítimas vivem em ex-bases militares americanas, como Bien Hoa, onde o agente laranja era estocado em grandes quantidades.

Arnold Scheiter, um americano especialista em contaminação por dioxina, examinou o solo da região em 2003 descobriu que ele continha um nível de TCDD 180 milhões acima do nível considerado seguro pela agência de proteção ambiental americana.
-- Fonte: BBC, por Tom Fawthorp, no distrito de Cu Chi, Vietnã.

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Auto Retrato dos Estados Unidos

10.000 aviões (o mesmo número de passageiros voam diariamente nas rotas internas)



426.000 celulares trocados a cada dia




213.000 pastilhas de Vicodina (anualmente faz-se o mesmo número de visitas ao médico pela receita destas pastilhas)





29.569 armas (quantidade de pessoas mortas por armas de fogo ao ano)





1.14 milhões de sacolas de supermercado (é a quantidade utilizada a cada hora)





60.000 sacolas plásticas (quantidade utilizada a cada 5 segundos)





2.3 milhões de conjuntos de uniformes carcerários (é a quantidade de pessoas presas ao ano)




106.000 latinhas de alumínio (quantidade utilizada a cada 30 segundos)





A cada 5 minutos utilizam-se 30.000 folhas de papel de escritório



3.6 milhões de válvulas para pneus (essa é a quantidade de pneus vendida ao ano)





125.000 notas de 100 dólares (12.5 milhões de dólares) - é valor gasto a cada hora com a guerra do Iraque





75.000 contêineres (Quantidade que passa pelos portos americanos a cada dia)

Publicidades Criativas 2

Publicidade X Realidade


É difícil manter na prática aquilo que se propõe.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

A Roda Falkirk

Poema de Rui Barbosa

Escrito há bastante tempo, mas de uma atualidade impressionante.

SINTO VERGONHA DE MIM

Sinto vergonha de mim
por ter sido educador de parte desse povo,
por ter batalhado sempre pela justiça,
por compactuar com a honestidade,
por primar pela verdade
e por ver este povo já chamado varonil
enveredar pelo caminho da desonra.

Sinto vergonha de mim
por ter feito parte de uma era
que lutou pela democracia,
pela liberdade de ser
e ter que entregar aos meus filhos,
simples e abominavelmente,
a derrota das virtudes pelos vícios,
a ausência da sensatez
no julgamento da verdade,
a negligência com a família,
célula-mater da sociedade,
a demasiada preocupação
com o "eu" feliz a qualquer custo,
buscando a tal "felicidade"
em caminhos eivados de desrespeito
para com o seu próximo.

Tenho vergonha de mim
pela passividade em ouvir,
sem despejar meu verbo,
a tantas desculpas ditadas
pelo orgulho e vaidade,
a tanta falta de humildade
para reconhecer um erro cometido,
a tantos "floreios" para justificar
atos criminosos,
a tanta relutância
em esquecer a antiga posição
de sempre "contestar",
voltar atrás
e mudar o futuro.

Tenho vergonha de mim
pois faço parte de um povo que não reconheço,
enveredando por caminhos
que não quero percorrer...

Tenho vergonha da minha impotência,
da minha falta de garra,
das minhas desilusões
e do meu cansaço.

Não tenho para onde ir
pois amo este meu chão,
vibro ao ouvir meu Hino
e jamais usei a minha Bandeira
para enxugar o meu suor
ou enrolar meu corpo
na pecaminosa manifestação de nacionalidade.

Ao lado da vergonha de mim,
tenho tanta pena de ti,
povo brasileiro!


"De tanto ver triunfar as nulidades,
de tanto ver prosperar a desonra,
de tanto ver crescer a injustiça,
de tanto ver agigantarem-se os poderes
nas mãos dos maus,
o homem chega a desanimar da virtude,
a rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto".

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Tony Melendez


A História de Tony Melendez merece uma atenção especial. Muitas vezes temos tudo e um pouco mais e reclamamos, quando outros só tem a agradecer.

Voz da Experiência


Esse discurso não é novo, mas ao lê-lo nos damos conta de que as palavras são muito úteis para os nossos dias.
Palavras de quem absorveu os ensinamentos e agora os está transmitindo.

Madre Teresa de Calcultá (1910 - 1997)

Agnes Gonxha Bojaxhiu, a futura madre Tereza, nasceu no dia 26 de agosto de 1910 em Skopje, Macedônia, de una família de origem Albanesa.
O pai, respeitado homem de negócios, morreu quando ela tinha oitos anos, deixando a mãe de Agnes na condição de ter que abrir uma atividade de bordado e fazenda para poder manter a família.

Depois de ter transcorrido a adolescência empenhada fervorosamente nas atividades paroquiais, Agnes deixou a sua casa em setembro de 1928, entrando no convento de Loreto a Rathfarnam, (Dulim), Irlanda, onde foi acolhida como postulante no dia 12 de outubro e recebeu o nome de Tereza, como a sua padroeira, Santa Tereza de Lisieux.

Agnes foi enviada pela congregação de Loreto para a Índia e chegou em Calcutá no dia 6 de janeiro de 1929. Tendo apenas chegado lá, entrou no noviciado de Loreto, em Darjeerling. Fez a profissão perpétua come irmã de Loreto no dia 24 de maio de 1937, e daquele dia em diante foi chamada Madre Tereza. Quando viveu em Calcutá durante os anos 1930-40, ensinou na escola secundária Bengalesa, Sta Mary.

No dia 10 de setembro de 1946, no trem que a conduzia de Calcutá para Darjeeling, Madre Tereza recebeu aquilo que ela chamou “a chamada na chamada”, que teria feito nascer a família dos Missionários da Caridade, Irmãs, Irmãos, Padres e Colaboradores.

O conteúdo desta inspiração é revelado no objetivo e na missão que ela teria dado ao seu novo Instituto: “Saciar a infinita sede de Jesus sobre a cruz de amor e pelas almas, trabalhando para a salvação e para a santificação dos mais pobres entre os pobres”. No dia 7 de outubro de 1950, a nova congregação das Missionárias da Caridade foi instituída oficialmente como instituto religioso pela Arquidiocese de Calcutá.

Ao longo dos anos 50 e no inicio dos anos 60, Madre Tereza estendeu a opera das Missionárias da Caridade seja internamente dentro Calcutá, seja em toda a Índia. No dia 1 de fevereiro de 1965, Paulo VI concedeu à Congregação o “Decretum Laudis”, elevando-a a direito pontifício. A primeira casa de missão aberta fora de Calcutá foi em Cocorote, na Venezuela em 1965.

A congregação se expandiu em toda a Europa (na periferia de Roma, a Torre Fiscale) e na África (em Tabora, em Tanzania) em 1968.

Do final dos anos 60 até 1980, as Missionárias da Caridade cresceram seja em número de casas de missão abertas em todo o mundo, seja no número dos seus membros. Madre Tereza abriu fundações na Austrália, no Vizinho Oriente, na America do Norte, e o primeiro noviciado fora de Calcutá em Londres. Em 1979 Madre Tereza recebeu o Premio Nobel pela Paz. No mesmo ano existiam já 158 casas de missão.

As Missionárias da Caridade chegaram aos países comunistas em 1979, abrindo uma fundação em Zagabria, na Croácia, e em 1980 em Berlim Este. Continuaram a estender a sua missão nos anos 80 e 90 abrindo casas em quase todos os países comunistas, incluindo 15 fundações na ex União Soviética. Não obstante os repetidos esforços, Madre Tereza não pode abrir nenhuma fundação na China.

Em outubro de 1985 Madre Tereza falou no quadragésimo aniversário da Assembléia Geral das Nações Unidas. Na vigília de Natal do mesmo ano, abriu em Nova York o “Dom de Amor”, a primeira casa para os doentes de AIDS. Nos anos seguintes, outras casa seguiram esta casa de acolhimento nos Estados Unidos e alhures, sempre especificadamente para doentes de AIDS.

No final dos anos 80 e durante os anos 90, não obstante os crescentes problemas de saúde, Madre Tereza continuou a viajar pelo mundo para a profissão das noviças, para abrir novas casas de missão e para servir os pobres e aqueles que tinham sido atingidos por diversas calamidades. Foram fundadas novas comunidades na África do Sul, Albânia, Cuba e Iraque, que estava dilacerado por causa da guerra. Em 1997 as irmãs eram cerca de 4000, presentes em 123 países do mundo nas mais ou menos 600 fundações.

Depois de ter viajado por todo o verão a Roma, New York e Washington, em condições de saúde delicadas, Madre Tereza voltou a Calcutá em 1997. Às 9:30 da noite do dia 05 de setembro de 1997, ela morreu na Casa Geral. O seu corpo foi transferido para a Igreja de São Tomas, adjacente ao Convento de Loreto, exatamente onde tinha chegado 69 anos antes. Centenas de milhões de pessoas de todas as classes sociais religiões, da Índia e do exterior lhe renderam homenagem. No dia 13 de setembro recebeu o funeral de Estado e o seu corpo foi conduzido em um longo cortejo através as estradas de Calcutá, sobre uma carreta de canhão que tinha trazido também os corpos de Mohandas Gandhi Jawaharlal Nehru. Chefes de nações, primeiros Ministros, Rainhas e enviados especiais chegaram para representar os países de todo o mundo.

Albert Schweitzer - O Filósofo da Selva

Nascido na Alsácia em 1875, Albert Schweitzer foi uma criança doentia, que demorou muito para aprender a ler e a escrever.

Aluno medíocre em muitos aspectos, na música ele foi um autêntico prodígio: aos sete anos compôs um hino, aos oito, começou a tocar órgão e aos nove substituiu o organista em uma cerimônia.

Depois de crescido dispôs-se a dominar assuntos que lhe fossem particularmente difíceis.

Era perito como carpinteiro, pedreiro, veterinário, construtor de barcos, dentista, desenhista, mecânico, farmacêutico e jardineiro.

Escreveu livros eruditos sobre Bach, sobre Jesus e sobre a história da civilização.
Aos vinte e seis anos tinha diplomas de doutor em filosofia, teologia e música.
Aos trinta anos decidiu estudar medicina e partir para Lambaréné, na áfrica equatorial francesa, como um missionário-médico.

Por que medicina?

Porque estava cansado de palavras e queria ação.

Por que Lambaréné?

Porque era um dos lugares mais inacessíveis e primitivos de toda a áfrica, um dos mais perigosos, e porque lá não havia médicos.

Parentes e amigos tentaram dissuadi-lo, mas ele respondeu que se sentia obrigado a “dar algo em troca” da felicidade de que gozava.

Em 1913, Albert Schweitzer e sua esposa – que havia estudado enfermagem para ajudá-lo chegaram a Lambaréné, encontrando condições muito pouco favoráveis.

O hospital foi construído praticamente do nada e pelas próprias mãos de Schweitzer.

Os pacientes vinham de grandes distâncias, muitas vezes com as famílias.

Não havia caminhos, nem calçadas.

Não havia água corrente, nem eletricidade, a não ser na sala de operações, e também não havia Raios X.

Não havia qualquer espécie de mecanismo para esterilização. Era preciso ferver água sobre fogueiras de lenha.

Durante anos houve falta de drogas e de ataduras.

Schweitzer não esmoreceu, não obstante todas as dificuldades que enfrentava para manter o hospital e atender a todos os doentes que o buscavam. Jamais negligenciou na grandiosa tarefa que assumiu voluntariamente.

Também nunca abandonou a música e o ensino.

Sempre que voltava para a civilização proferia conferências e palestras.

Além disso, sua constante produção literária e musical, mantida a custo de muitas madrugadas insones, alcançou e encantou todo o mundo.

Em 1952, recebeu o prêmio Nobel da paz.

Retornou à pátria espiritual em 1965, e seu nome até hoje é lembrado como exemplo de trabalho nobre, humanitário e incansável.

Nos caminhos do mundo, as vidas são livros abertos a quem queira e saiba lê-los, aprendendo o que se deve ou não fazer.

Toda vida traz em si a sua mensagem, seja desafortunada, seja luminosa e esplêndida.

Dê sentido a sua vida para que a mensagem que dela se desprende seja digna de ser vivida, sorvida e ensinada, porque há sempre alguém se espelhando em seus rumos, tomando-os como se fossem os seus próprios.
Pense nisso!

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no livro Grandes vidas, grandes obras, ed. Ipyranga, 1968, e na introdução do livro Vida e mensagem, J. Raul Teixeira – pelo Espírito Francisco de Paula Vitor.

Acreditar e Agir

Um viajante caminhava pelas margens de um grande lago de águas cristalinas e imaginava uma forma de chegar até o outro lado, onde era seu destino.
Suspirou profundamente enquanto tentava fixar o olhar no horizonte. A voz de um homem de cabelos brancos quebrou o silêncio momentâneo, oferecendo-se para transportá-lo. Era um barqueiro.
O pequeno barco envelhecido, no qual a travessia seria realizada, era provido de dois remos de madeira de carvalho. O viajante olhou detidamente e percebeu o que pareciam ser letras em cada remo. Ao colocar os pés empoeirados dentro do barco, observou que eram mesmo duas palavras. Num dos remos estava entalhada a palavra acreditar e no outro agir.
Não podendo conter a curiosidade, perguntou a razão daqueles nomes originais dados aos remos.
O barqueiro pegou o remo, no qual estava escrito acreditar, e remou com toda força. O barco, então, começou a dar voltas sem sair do lugar em que estava. Em seguida, pegou o remo em que estava escrito agir e remou com todo vigor. Novamente o barco girou em sentido oposto, sem ir adiante.
Finalmente, o velho barqueiro, segurando os dois remos, movimentou-os ao mesmo tempo e o barco, impulsionado por ambos os lados, navegou através das águas do lago, chegando calmamente à outra margem.
Então o barqueiro disse ao viajante:
- Este barco pode ser chamado de autoconfiança. E a margem é a meta que desejamos atingir.
- Para que o barco da autoconfiança navegue seguro e alcance a meta pretendida, é preciso que utilizemos os dois remos ao mesmo tempo e com a mesma intensidade: agir e acreditar.
Não basta apenas acreditar, senão o barco ficará rodando em círculos, é preciso também agir para movimentá-lo na direção que nos levará a alcançar a nossa meta.
Agir e acreditar. Impulsionar os remos com força e com vontade, superando as ondas e os vendavais e não esquecer que, por vezes, é preciso remar contra a maré.
Gandhi tinha uma meta: libertar seu povo do jugo inglês. Tinha também uma estratégia: a não violência.
Sua autoconfiança foi tanta que atingiu a sua meta sem derramamento de sangue. Ele não só acreditou que era possível, mas também agiu com segurança.
Madre Teresa também tinha uma meta: socorrer os pobres abandonados de Calcutá. Acreditou, agiu, e superou a meta inicial, socorrendo pobres do mundo inteiro.
Albert Schweitzer traçou sua meta e chegou lá. Deixou o conforto da cidade grande e se embrenhou na selva da África francesa para atender os nativos, no mais completo anonimato.
Como estes, teríamos outros tantos exemplos de homens e mulheres que não só acreditaram, mas que tornaram realidade seus planos de felicidade e redenção particular.
E você? Está remando com firmeza para atingir a meta a que se propôs?
Se o barco da sua autoconfiança está parado no meio do caminho ou andando em círculos, é hora de tomar uma decisão e impulsioná-lo com força e com vontade.
Lembre que só você poderá acioná-lo utilizando-se dos dois remos: agir e acreditar.
Pense nisso!
Caso você ainda não tenha uma meta traçada ou deseje refazer a sua, considere alguns pontos:
Verifique se os caminhos que irá percorrer não estarão invadindo a propriedade de terceiros.
Se as águas que deseja navegar estão protegidas dos calhaus da inveja, do orgulho, do ódio.
E, antes de movimentar o barco, verifique se os remos não estão corroídos pelo ácido do egoísmo.
Depois de tomar todas essas precauções, siga em frente e boa viagem.

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Cortes de Carne

Itaipu Binacional

O Mascote

Um menino judeu que teve toda a família morta durante a Segunda Guerra Mundial acabou sendo adotado pela SS e se tornando um mascote nazista.

Alex Kurzem se mudou para a Austrália em 1949 e guardou por décadas os segredos do passado, agora revelados no livro “O Mascote”.

“Eles me deram um uniforme, uma pequena arma e uma pequena pistola”, Alex disse à BBC.

“Eles me pediam para fazer pequenos trabalhos - engraxar sapatos, trazer água ou acender a lareira. Mas meu principal trabalho era entreter os soldados. Fazê-los um pouco mais felizes.”

Memórias dolorosas

Em 20 de outubro de 1941, a vila onde Alex morava com a família na Bielorússia foi invadida pelo Exército alemão. O menino de cerca de cinco anos viu todos os homens do local sendo enfileirados e executados. Entre os mortos, estava seu pai.

“Eu não queria morrer, então no meio da noite eu tentei escapar. Dei um beijo na minha mãe e corri para as colinas ao redor da vila.”.

Naquele dia, sua mãe, seu irmão e sua irmã foram mortos. Alex ficou escondido na floresta, tentando não fazer nenhum barulho. Depois que os tiros pararam, ele tentou buscar ajuda.

“Eu batia nas portas das pessoas e eles me davam pedaços de pão, mas me diziam para ir embora. Ninguém me acolheu”, disse Alex. Depois de nove meses na floresta, um homem o entregou à polícia local, que mais tarde foi incorporada à SS nazista. Naquele mesmo dia, pessoas estavam sendo enfileiradas para execução e Alex pensou que ele também morreria.

Identidade falsa

“Havia um soldado perto de mim e eu perguntei: ‘Antes de você me matar, poderia me dar um pedaço de pão?’ Ele me olhou e me levou para trás do prédio da escola. Me examinou com cuidado e viu que eu era judeu. 'Isso não é bom', ele disse.”

“Olha, eu não quero te matar. Mas se eu te deixar aqui, você vai morrer”, disse o soldado.

“Vou te levar comigo, te dar um novo nome e dizer ao outros soldados que você é um órfão russo.”

Até hoje, Alex Kurzem não sabe por que o sargento Jekabs Kulis ficou com pena dele, mas sua aparência ariana certamente foi importante. A partir daquele momento, Alex se tornou um símbolo do nazismo e aparecia em filmes da época como “o nazista mais jovem do Reich”.

Ele viu de perto de combates na frente russa e foi até usado pela SS para atrair judeus para sua morte. Do lado de fora dos trens que levavam as vítimas para os campos de concentração, Alex distribuía barras de chocolates para fazê-los entrar.

Em 1944, quando os nazistas estavam perto da derrota, Alex foi entregue a uma família da Letônia. Cinco anos depois, ele conseguiu chegar à Austrália e decidiu manter seu passado em segredo. Nem mesmo sua esposa australiana, Patricia, sabia do que ele tinha passado.

“Quando eu deixei a Europa, eu disse: ‘Esqueça o passado’. Você está indo para um novo país e uma nova vida”, explicou Alex.

“Eu dizia para as pessoas que tinha perdido meus pais na guerra, mas não entrava em detalhes.”

Em 1997, Alex Kurzem decidiu revelar o segredo para sua família e começou uma jornada para descobrir mais sobre seu passado com o filho, Mark. Depois de visitarem a vila onde ele nasceu, eles descobriram que seu nome verdadeiro era Ilya Galperin e recuperaram um filme no arquivo da Letônia em que Alex aparecia com uniforme completo da SS.

The Corporation



Trailer de um documentário interessante sobre as corporações e sua maneira de atuar no mercado global. Mostrado pelo Prof. Alvaro, na disciplina de Brand Management.
"Sorry people but just in english".
Mercio.

Oscar Schindler

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Plácido e Carreras



Uma história que fala por si só.

O Poço de Ryan


Ele só tinha seis anos quando a professora da primeira série falou do triste destino de crianças que viviam na áfrica empobrecida e devastada por doenças.

Ryan estremeceu ao saber que centenas de milhares de crianças africanas morrem todos os anos por beberem água contaminada.

A sua escola estava angariando fundos para a áfrica e ele soube que setenta dólares custeariam um poço.

Ao chegar em casa, pediu à mãe o dinheiro e disse porque precisava. A mãe sugeriu que ele fizesse tarefas extras para conseguir a quantia.

Pegou uma folha de papel e desenhou um diagrama contendo trinta e cinco linhas. Para cada dois dólares recebidos, Ryan preenchia uma linha e guardava o dinheiro numa lata vazia de biscoitos.

Começou aspirando o pó da sala, depois lavou as janelas. Seu avô lhe pagou dez dólares, cada saco de lixo que enchesse com as pinhas que caíam no quintal.

Num certo dia de abril de 1998, Ryan entregou a uma organização internacional a sua lata de biscoitos contendo setenta dólares.

A senhora diretora que o atendeu, agradeceu mas explicou que uma bomba manual custava setenta dólares, mas para perfurar um poço eram necessários quase dois mil dólares.

“Então vou trabalhar mais”, disse o menino. Os pais se envolveram e desencadearam uma campanha de doações.

Aos sete anos, Ryan conseguira juntar um pouco mais de setecentos dólares e a quantia que faltava foi completada pela agência de desenvolvimento internacional canadense.

Ryan e seus pais foram convidados para uma reunião com o representante de Uganda na “associação médicos canadenses para auxílio e assistência”, grupo que recolhia os fundos angariados e, com a ajuda dos habitantes das aldeias, construía e mantinha os poços.

Ryan foi abraçado pelo representante Shibru que confirmou ao menino que o poço poderia ser feito perto de uma escola, em um vilarejo ao norte de Uganda.

Mas falou que eram necessárias vinte pessoas trabalhando dez dias para construir um poço com um escavador manual. Uma perfuradora pequena custava vinte e cinco mil dólares.

Disposto a conseguir o dinheiro, o menino teve sua história publicada em um jornal canadense e em dois meses, tinha inspirado sete mil dólares em doações.

Já cursando a segunda série, Ryan e seus colegas de classe passaram a se corresponder com os meninos do vilarejo que seria beneficiado com o poço.

Enquanto isso, Ryan passava horas escrevendo cartas pedindo dinheiro a várias organizações.

Finalmente, conseguiu a quantia devida para a compra do equipamento.

Em 27 de julho de 2000 um caminhão transportando Shibru, Ryan e seus pais, desceu a estrada de terra que levava ao pequeno vilarejo.


Cerca de 3 mil crianças aguardavam na beira da estrada, batendo palmas. Os líderes da aldeia receberam Ryan e o levaram até o poço, ao lado da horta da escola. Na base de concreto estava escrito:
Poço de Ryan. Construído por Ryan Hreljac. Para a comunidade da escola elementar.

Naquela noite, na cama, Ryan disse para sua mãe: “estou muito feliz.”

Terminou aquele dia inesquecível com a oração que fazia todas as noites: “desejo que todos na áfrica tenham água limpa.”

Pense nisso!

A fraternidade não conhece fronteiras e o amor desconhece limites.

Aprendamos com Ryan a pensar grande, a ir além. Quem poderia imaginar que um menino de seis anos poderia fazer tanto?

Permitamo-nos o contágio do bem, com essa vontade de auxiliar, com esse sentimento de se importar com o outro, mesmo que lhe desconheçamos o nome. Mesmo que só o que ele necessite seja de um copo de água limpa e fresca, para se manter vivo.

Texto de responsabilidade da equipe de redação do momento espírita, a partir do artigo “o poço de Ryan”, da revista Seleções do Reader’s Digest de dezembro2001.

O Mais Rico

Você é uma pessoa que se considera rica ou pobre? Como você mensura a riqueza? Pelo tamanho da mansão? Pelo carro do ano? Pelas roupas importadas? Pela possibilidade de viagens internacionais de longo período?

Ou você é daqueles que considera a saúde, a harmonia no lar como itens de imensa riqueza?

Certa vez, um pai de família muito rico resolveu levar seu filho para viajar para o interior. O seu propósito era mostrar quanto as pessoas podiam ser pobres. Consequentemente, como eles eram ricos.

Planejou tudo com cuidado e escolheu a fazenda de uma família que ele considerava muito pobre. Passaram um dia e uma noite com eles.

No retorno da viagem, em um carro último tipo, brilhante, motor poderoso, o pai orgulhoso pergunta ao filho:

- Como foi a viagem?

- Muito boa, papai!

- Você viu como as pessoas podem ser pobres? Continuou a perguntar o pai.

- Sim, respondeu o garoto.

Ante respostas tão curtas, o pai finalmente questionou:

- Mas, afinal, o que você aprendeu?

Agora, com entusiasmo, respondeu o menino:

- Muita coisa, pai. Eu aprendi que nós só temos um cachorro de pelo lustroso, gordo e orgulhoso, como nós que fica olhando os que chegam como se fossem de outro mundo, com ar de superioridade. Mas eles têm quatro cachorros, super amigos. Mal cheguei e já estavam rolando comigo pelo chão, correndo atrás de mim, me fazendo subir em árvores e pular cercas. Recebem os amigos dos seus donos abanando a cauda, latindo festivos e lambendo as mãos.

- Nós temos uma piscina enorme, que vai até o meio do jardim. E que permanece a maior parte do tempo vazia porque selecionamos demais aqueles que devem entrar nela ou ficar ao redor dela, brincando. Mas eles, aqueles meninos, têm um riacho de água corrente que não tem fim. A água é cristalina, corre por entre pedras, inventa mil curvas pelo caminho e ainda tem peixes.

- Nós temos uma varanda coberta e iluminada com luz, com cadeiras especiais, mesas e adornos. Eles têm a lua e as estrelas. Deitam no tapete aveludado da grama e por mais que fiquem contando os astros no céu, não conseguem terminar a conta. Além do que, a lua e as estrelas deles iluminam a estrada, todo o caminho que outros tantos também passam.

- O nosso quintal, pai, vai até o portão de entrada e está protegido com muros, grades fortes e altas. Eles têm uma floresta inteira, cheia de animais diferentes e de surpresas. Quando entram nela, não sabem se toparão com um veado assustado, uma coruja sonolenta ou pássaros cantantes.

E ante o assombro do pai, ainda arrematou:

- Obrigado, pai, por me mostrar o quando nós somos pobres!

***

Existem tesouros inumeráveis, no mundo, que desfrutamos sem sequer nos mostrarmos agradecidos ao dono de tudo que é Deus. Subimos serras, entramos no mar e nos maravilhamos com as suas cores, seu vigor, a riqueza das flores e dos animais.

Viajamos através de estradas respirando o ar puro das árvores que se ergueram há séculos e sustentam o frescor do verde da primavera que apenas despertou. Refrescamo-nos nos rios de água cristalina, saciamos a sede em fontes naturais, límpidas, desfrutamos do sol, do ar. É um mundo grandioso de tesouros que se sucedem, sem parar.

Somos verdadeiramente pessoas muito ricas. Para completar a nossa riqueza, somente nos falta a virtude da gratidão de erguer o coração em prece e agradecer, louvando ao pai de todos nós, pela distribuição farta que nos oferece todos os dias.

Maneira de Dizer as Coisas

Uma sábia e conhecida anedota árabe diz que, certa feita, um sultão sonhou que havia perdido todos os dentes.

Logo que despertou, mandou chamar um adivinho para que interpretasse seu sonho.

- Que desgraça, senhor! Exclamou o adivinho.

- Cada dente caído representa a perda de um parente de vossa majestade.

- Mas que insolente – gritou o sultão, enfurecido. Como te atreves a dizer-me semelhante coisa? Fora daqui!

Chamou os guardas e ordenou que lhe dessem cem açoites.

Mandou que trouxessem outro adivinho e lhe contou sobre o sonho.

Este, após ouvir o sultão com atenção, disse-lhe:

- Excelso senhor! Grande felicidade vos está reservada. O sonho significa que haveis de sobreviver a todos os vossos parentes.

A fisionomia do sultão iluminou-se num sorriso, e ele mandou dar cem moedas de ouro ao segundo adivinho.

E quando este saía do palácio, um dos cortesãos lhe disse admirado:

- Não é possível! A interpretação que você fez foi a mesma que o seu colega havia feito. Não entendo porque ao primeiro ele pagou com cem açoites e a você com cem moedas de ouro.

- Lembra-te meu amigo – respondeu o adivinho – que tudo depende da maneira de dizer.Um dos grandes desafios da humanidade é aprender a arte de comunicar-se.

Da comunicação depende, muitas vezes, a felicidade ou a desgraça, a paz ou a guerra.

Que a verdade deve ser dita em qualquer situação, não resta dúvida. Mas a forma com que ela é comunicada é que tem provocado, em alguns casos, grandes problemas.

A verdade pode ser comparada a uma pedra preciosa. Se a lançarmos no rosto de alguém pode ferir, provocando dor e revolta.

Mas se a envolvemos em delicada embalagem e a oferecemos com ternura, certamente será aceita com facilidade.

A embalagem, nesse caso, é a indulgência, o carinho, a compreensão e, acima de tudo, a vontade sincera de ajudar a pessoa a quem nos dirigimos.

Ademais, será sábio de nossa parte se antes de dizer aos outros o que julgamos ser uma verdade, dizê-la a nós mesmos diante do espelho.

E, conforme seja a nossa reação, podemos seguir em frente ou deixar de lado o nosso intento.Importante mesmo, é ter sempre em mente que o que fará diferença é a maneira de dizer as coisas...

***
A sublime arte da comunicação foi sabiamente ensinada por Jesus.

Ele falava com sabedoria tanto aos doutores da lei quanto às pessoas simples e iletradas.

Há pessoas que se dizem bons comunicadores mas que não conseguem fazer com que suas palavras cheguem aos corações e às mentes.

Jesus, o comunicador por excelência, falava e Suas palavras calavam fundo nas almas, porque aliava às palavras, os Seus atos, ou seja, falava e exemplificava com a própria vivência.

O grande segredo para uma boa comunicação, portanto, é o exemplo de quem fala.

A História de Tommy

John Powell, professor de teologia na Loyola University de Chicago, conta que no primeiro dia de aula conheceu um jovem especial: esse jovem era Tommy.

De maneira irreverente, Tommy entrou penteando seus longos cabelos louros, que batiam uns vinte centímetros abaixo dos ombros.

Imediatamente John classificou Tommy com um "e" de estranho... muito estranho.

O jovem acabou se revelando o "ateísta de plantão" do seu curso. Constantemente, ele fazia objeções, fazia troça ou gemia diante da possibilidade de existir um Deus-Pai que amasse seus filhos, incondicionalmente.

Quando terminou o curso, Tommy se aproximou para entregar seu exame final e perguntou a John, num tom ligeiramente cínico: “o senhor acredita que eu possa encontrar Deus algum dia?"
O professor decidiu fazer uma terapia de choque, e respondeu enfaticamente: "não!"

Ah!, respondeu Tommy, "eu pensei que este fosse o produto que o senhor estava tentando nos impor".

John deixou que ele desse uns cinco passos fora da sala e gritou: "Tommy, eu não acredito que você consiga encontrar Deus, mas tenho absoluta certeza de que ele o encontrará".

Mais tarde, John veio a saber que Tommy tinha se formado e ficou aliviado. Depois, uma notícia triste: soube que Tommy estava com um câncer terminal.

Antes que o ex-professor fosse ao encontro de Tommy, ele veio procurá-lo. Quando entrou no seu escritório, John reparou que seu físico tinha sido devastado pela doença e que os cabelos longos se foram, sob o efeito da quimioterapia.

Mas John notou também que os olhos do jovem estavam brilhantes e a sua voz estava firme.
Tommy, tenho pensado tanto em você!, disse o ex-professor. Ouvi dizer que você estava doente!

"Ah, é verdade, estou muito doente. Tenho câncer em ambos os pulmões. Agora é uma questão de semanas.", afirmou o jovem.

"Você consegue conversar a respeito disso, Tommy?"

“Claro, o que o senhor gostaria de saber?"

"Como é ter apenas vinte e quatro anos e estar morrendo?"

"Acho que poderia ser pior", disse o rapaz.

"De que maneira?", perguntou John.

"Bem, assim como ter cinqüenta anos e não ter noção de valores ou ideais, pensar que bebida, mulheres e dinheiro são as coisas verdadeiramente "importantes" na vida."

"Mas, a razão pela qual eu realmente vim vê-lo", disse Tommy, "foi a frase que o senhor me disse no último dia de aula".

"Eu lhe perguntei se o senhor acreditava que eu encontraria Deus algum dia e o senhor respondeu: não!, o que me surpreendeu. Em seguida, o senhor disse: mas ele o encontrará.”

“Pensei um bocado a respeito daquela frase, embora naquela época não pensasse muito em procurar por Deus. Mas quando os médicos removeram um nódulo da minha virilha e disseram que era um tumor maligno, encarei com mais seriedade a procura de Deus.”

“E quando a doença se espalhou pelos meus órgãos vitais, eu comecei realmente a dar murros desesperados nas portas do paraíso. Mas Deus não apareceu.”

“Um dia acordei e em vez de atirar mais alguns apelos por cima de um muro, atrás de onde Deus poderia ou não estar, simplesmente desisti. Decidi que de fato não estava me importando... Com Deus, com uma vida eterna ou qualquer coisa parecida.”

“Resolvi gastar o tempo que me restava fazendo alguma coisa mais proveitosa. Lembrei-me de outra frase que o senhor havia dito: “a tristeza mais profunda é passar pela vida sem amar”.

“Mas seria quase tão triste deixar este mundo sem jamais ter dito às pessoas que você as ama.”

“Então comecei pela pessoa mais difícil: meu pai.”

“Ele estava lendo o jornal quando me aproximei e lhe falei: papai. . .”

- Sim, o quê? Perguntou sem baixar o jornal.

- Papai, eu gostaria de conversar com você.

- Então converse.

- É um assunto muito importante!

O jornal desceu, vagarosamente, alguns centímetros...

- O que é?

- Papai, eu te amo. Só queria que você soubesse disso...

O jornal escorregou para o chão e o meu pai fez duas coisas que eu não me lembro de tê-lo visto fazer jamais.

“Chorou e me abraçou. Conversamos durante toda a noite, embora ele tivesse que ir trabalhar na manhã seguinte.”

“Foi mais fácil com a minha mãe e com o meu irmão mais novo.”

“Eu só lamentei uma coisa: ter esperado tanto tempo.”

“Então, um dia, eu me voltei e lá estava Deus. Ele não veio ao meu encontro quando eu lhe implorei. Mas o que é importante é que ele estava lá. O senhor estava certo. Ele me encontrou mesmo depois de eu ter parado de procurar por Ele.”

Adaptação feita pela equipe de redação do momento espírita, de história disponível na página: http://users.iron.com.br/~acrespo/amorepaz/ahistoriadeTommy.htm

Uma História de Fé


Quando a Revolução Comunista, no ano de 1919, criou uma situação política muito ruim, na Rússia, uma extraordinária jovem de apenas 20 anos decidiu abandonar o seu país.

Seu nome era Catarina de Hueck e ficou conhecida somente pelo seu título, a Baronesa.

Chegou a Londres, grávida do primeiro filho e sem recursos. Um tio, que residia na América do Norte, lhe falou de Nova Iorque, onde a riqueza era tanta que os dólares caíam das árvores, e ela foi viver em Nova Iorque.

Trabalhou numa lavanderia onde ganhava oito dólares, dos quais mandava dois para o marido e o filho, que tinham ficado no Canadá.

Tentou escrever para jornais, contando casos de guerra da Rússia que tão bem conhecia, mas ninguém se interessou.

Buscou uma Instituição de Caridade, onde foi maltratada e humilhada. Nesse dia, pensou em se suicidar. Dirigiu-se até o rio Hudson e ficou olhando as águas. Foi quando ouviu uma voz: “Ei, loirinha, o que você está fazendo aí?”

Era um motorista de táxi.

“Quer que eu a leve para algum lugar?”

Ela respondeu: “Não tenho para onde ir, nem dinheiro para pagar o táxi.”

“Diga a verdade”, continuou o homem, “você estava pensando em pular na água. Nota-se pela sua cara de fome.”

Ele a convidou para comer um hambúrguer. Ela desconfiou. Ele insistiu. Era um pai de família e religioso praticante.

Ela foi para a casa dele e passou dois dias com sua família. Depois, ele lhe emprestou dinheiro para pagar a pensão.

Ela voltou a procurar emprego e, no frio da manhã, foi orando: “Meu Deus, perdoa-me aquele pensamento de desespero ao lado do rio. Ajuda-me a arranjar um emprego.”

Naquele momento, um vento forte lhe lançou no rosto um pedaço de papel. Era uma folha de anúncios de jornal, pedindo empregadas domésticas.

Catarina se animou. Era a primeira vez que ela via uma resposta a uma oração em vez de vir do céu, vir do chão, trazida pelo vento, num pedaço sujo de jornal.

Ela pensou: “Deus é muito estranho mesmo. Manda motoristas de táxi atrás de uma jovem desesperada, fala na voz dos ventos, e responde até pelo jornal.”

Mais tarde, se tornou rica proferindo Conferências pela América, contando a sua história. Em outubro de 1930, ela fundou as Casas da Amizade e mais tarde, numa ilha que lhe foi doada, no Canadá, o Madonna House, uma obra que ampara criaturas necessitadas.

“Há tão pouco silêncio de coração no mundo. Há tanto barulho nas almas, mentes e corações dos homens que a voz de Deus não mais pode ser ouvida.” — Catarina Doherty * * *

Por mais difíceis que sejam os problemas, jamais pense em suicídio. Sempre existe alguém que pode ajudar você. E quase sempre esta pessoa está muito perto.

Olhe, procure, conte a sua dificuldade.

Seja qual for a provação, se entregue a Jesus em confiança. Ele é o caminho.

Aguarde um pouco mais, na fé e o auxílio alcançará você.

Matar-se, nunca!

Texto da Redação do Momento Espírita, com base no artigo Deus e a Baronesa, de Adilton Pugliese, da Revista Internacional de Espiritismo, ano LXXV, nº 9 de outubro/2000 e no cap. 19 do livro Momentos de Renovação, do Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

Amigos

O que é que faz com que uma amizade solidifique e se torne profunda?
Falando das suas experiências, alguns afirmam que foram momentos de grande dor que fizeram com que eles descobrissem e firmassem uma sólida amizade. A chave, portanto, seria passar por um grave problema juntos.Outros, contudo, falam de coisas pequenas que se somam no tempo acrescentando, a cada ano, mais uma pedra preciosa ao relacionamento.
Harry e Lawrence pertencem a esse último grupo. São primos em primeiro grau. Nasceram com a diferença de seis meses e separados apenas por poucas quadras.Desde a mais tenra idade, conviveram. Descobriram que eram muito parecidos. Falavam, gostavam e pensavam de forma muito semelhante.
Quando ambos tinham em torno de 05 anos, Lawrence foi para a festa de aniversário do primo.
Era mais uma grande reunião de família, onde se misturavam primos, tias, sobrinhos.Harry ganhou de um dos convidados uma maravilhosa coleção de soldadinhos de chumbo, pintados com cores vivas e aos olhos da criançada pareciam reais. O aniversariante os pegou e mostrou a todos com orgulho.Brincaram até tarde. Na hora da saída, Lawrence enfiou todos os soldadinhos no bolso da calça.
Eram tão lindos que ele os desejou para si. Fingindo naturalidade, foi saindo de fininho, encaminhando-se para a porta.
O que ele não sabia é que o bolso da calça estava furado e os soldadinhos caíram com estardalhaço no chão.
Os adultos se viraram todos para o pequeno, com olhos acusadores. Sua mãe lhe desferiu aquele olhar de: o que você fez?
O garoto se sentiu acuado. Tinha vontade de sair correndo, fugir, mas as pernas lhe pesavam. Pareciam pregadas ao chão. Foi o pior momento de sua vida, lembra Lawrence, hoje com mais de setenta anos.
Então, o primo Harry veio em seu socorro. Colocou-se ao lado dele e com segurança falou em voz alta e clara:
Eu dei os soldadinhos para ele.
Recordando aqueles momentos, o escritor que viaja pelo mundo todo, pergunta:
- De que outro motivo preciso para amar esse sujeito?
E são amigos até hoje. Mesmo que, crescidos, tenham seguido caminhos diferentes, prosseguiram a cultivar esse sentimento maravilhoso que nos faz florescer e que se chama: amizade.
***
A amizade sincera é um oásis de repouso para o caminheiro da vida, na sua jornada de aperfeiçoamento.
A amizade leal é a mais formosa modalidade do amor fraterno, que santifica os impulsos do coração.
Quem sabe ser amigo verdadeiro é, sempre, o emissário da ventura e da paz.
Ter amizade é ter coração que ama e esclarece, que compreende e perdoa nas horas mais amargas da vida.
Revista seleções do reader's digest março/2000 – o último calouro.

Conclusões Equivocadas

Eram dois vizinhos que mantinham um bom relacionamento de amizade.

Um deles comprou um coelho para os filhos. Logo, os filhos do outro vizinho também desejaram um animal de estimação.

O pai lhes comprou um filhote de pastor alemão.

A preocupação teve início. O dono do coelho achou que o cão poderia comer o seu animalzinho.

O outro acreditava na boa índole e afirmou que o pastor era filhote. Bastaria que os animais fossem colocados juntos, aprendessem a conviver desde cedo e tudo daria certo. Eles seriam amigos. E por um tempo foi assim. Juntos cresceram e se tornaram amigos. Era comum ver o coelho no quintal do cachorro e vice-versa.

As crianças, felizes, com os dois animais.

Certa sexta-feira, o dono do coelho resolveu viajar com a família. O animal ficou sozinho.

No domingo à tarde, o dono do cachorro com sua família tomava um lanche quando, de repente, entra o pastor alemão com o coelho entre os dentes.

O pobre animal estava imundo, sujo de terra, morto.

Quase mataram o cachorro de tanto agredi-lo. Deram-lhe uma grande surra. Depois, veio o dilema: “o que fazer, agora? Afinal, o vizinho estava certo. O cão mataria o coelho.”

Os donos do animal morto logo chegariam. O que fazer? Como consertar o estrago? Enquanto isso, lá fora, o cachorro chorava, lambendo os seus ferimentos.

A grande dificuldade era como explicar para os filhos do vizinho o que acontecera com seu amado animalzinho.

Então surgiu a de lavar o coelho, deixá-lo limpinho, secá-lo com o secador, arrumar bem o pelo e o colocar em sua casinha.

Assim pensaram. Assim fizeram. Até perfume colocaram nele. Ao final, as próprias crianças disseram: “Parece vivo! Ficou lindo.”

Pouco depois, ouvem a algazarra da família ao lado chegando. As crianças gritam.

O coração dos donos do cão batia forte e eles pensaram: pronto! Descobriram!

Passados alguns minutos, o dono do coelho bate na porta, assustado. Parecia ter visto um fantasma.

“O que foi?” Perguntam.

“O coelho, o coelho... morreu!” Diz aquele.

“Morreu?” – inocentemente fala o pai da família dona do cão. “parecia tão bem hoje à tarde.”

“Morreu na sexta-feira!” – exclama o outro.

“Na sexta?”

“Foi. Antes de viajarmos, as crianças o enterraram no fundo do quintal. Imagine que agora está lá na casinha, limpo, branquinho, reapareceu!”

A história termina aqui. Não importa o que aconteceu depois. O que merece ser examinada é a situação do pobre cachorro.

O pobrezinho, desde a sexta-feira, quando sentiu falta do amigo, começou a farejar. Finalmente, descobriu o corpo morto e enterrado. Com o coração partido, ele desenterrou o amigo de infância e foi mostrar aos seus donos.

Talvez esperasse que eles o pudessem ressuscitar. E o que acontece? Pancadas e mais pancadas. Simplesmente porque expressava a sua preocupação com um amigo.

Quase sempre procedemos assim em nossos relacionamentos. Julgamos os outros, sem antes verificar o que aconteceu de fato.

É suficiente que suspeitas sejam levantadas contra alguém, e estamos prontos a nos afastar da pessoa. E até a comentar, continuar divulgando os fatos ouvidos.

Tudo sem antes verificar se os fatos são verdadeiros, sem ir indagar daquele de quem se fala, o que, de verdade, está acontecendo.

E assim velhas amizades são destruídas. Reputações são manchadas.

Pessoas nobres recebem ingratidão. Tudo porque, quase sempre, tiramos conclusões precipitadas das situações e nos achamos donos da verdade.

Pensemos nisso!

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Mahatma Gandhi (1869 – 1948)

Biografia Resumida de Mahatma Gandhi

Nonviolence is the greatest force at the disposal of mankind. It is mightier than the mightiest weapon of destruction devised by the ingenuity of man."

"A não violência é a maior força à disposição da Humanidade. Ela é mais poderosa que a mais poderosa das armas de destruição concebida pela ingenuidade do Homem."

Churchill costumava chamá-lo de "faquir despido". Einstein era um de seus maiores admiradores. Martin Luther King inspirou-se nele. Mahatma Gandhi foi um dos grandes homens do século XX.


Em 2 de Outubro de 1869, nascia Mohandas Karamchand Gandhi, em Kathiawar, estado de Porbunder, na Índia, líder pacifista da humanidade e principal personalidade da independência desse país. Mais novo dos três filhos de Karamchand Gandhi (Kaba Gandhi) e sua esposa Putlibai. Kaba Gandhi foi primeiro ministro nos estados de Porbunder, Rajkot e Vankaner.

Em 1883, com apenas treze anos, contraiu matrimônio com a Sra. Kasturbai Makanji, que também contava com treze anos a época.

Formou-se em direito em Londres e, em 1891, voltou para a Índia a fim de praticar a advocacia.

Dois anos depois, vai para a África do Sul, também colônia britânica, onde inicia o movimento pacifista, lutando pelos direitos dos hindus.

Volta à Índia em 1914 e difunde seu movimento, cujo método principal é a resistência passiva. Nega colaboração com o domínio britânico e prega a não violência como forma de luta.

Em 1922, organiza uma greve contra o aumento de impostos, na qual uma multidão queima um posto policial.

Detido, declara-se culpado e é condenado à seis anos, mas sai da prisão em 1924.

Em 1930, lidera marcha para o mar, quando milhares de pessoas andam mais de 320 quilômetros a pé, para protestar contra os impostos sobre o sal.

Visitando a Inglaterra

O domínio colonial britânico durou mais de duzentos anos. Os indianos eram considerados cidadãos de segunda classe.

Em 1930, Gandhi viaja a Londres para pedir que a Inglaterra conceda independência à Índia. Lá, visita bairros operários.

"Sei que guardarei para sempre, em meu coração, a lembrança da acolhida que recebi do povo pobre de East London", diz Gandhi.

Ao retornar à Índia, é recebido em triunfo por milhares de pessoas, ainda que nada de muito significativo tenha resultado da viagem.

Gandhi anuncia à multidão que pretende continuar em sua campanha pela desobediência civil, para obrigar a Inglaterra a dar a independência à Índia. Os britânicos, outra vez, o mandam para a prisão.

Em 1942 o governo inglês manda para Nova Delhi Sir Stafford Cripps, com a missão de negociar com Gandhi. As propostas que Sir Cripps traz são inaceitáveis para Gandhi, que deseja independência total. Gandhi retoma a campanha pela desobediência civil. Desta vez é preso e condenado a dois anos de cadeia.

Quando Lord Louis Mountbatten torna-se vice-rei, aproxima-se de Gandhi e nasce, entre Gandhi, Lord e Lady Mountbatten, uma grande amizade.

Em 1947, é proclamada a independência da Índia, mas no verão desse mesmo ano, a hostilidade entre hindus e muçulmanos atinge o auge do fanatismo. Nas ruas há milhares de cadáveres. Os muçulmanos reivindicam um Estado independente, o Paquistão. Gandhi tenta restabelecer a paz e evitar a luta entre hindus e muçulmanos, aceitando a divisão do país e dando início a uma décima-quinta greve de fome. O sacrifício pessoal de Gandhi e sua firmeza conseguem o que nem os políticos nem o exército conseguiram: a Índia conquista sua independência e é criado o Estado muçulmano do Paquistão. A divisão atrai para ele o ódio dos nacioinalistas hindus.

Gandhi morre em 30 de janeiro de 1948, assassinado por um hindu. Estava com 78 anos. Lord e Lady Mountbatten, ao lado de um milhão de indianos, comparecem ao funeral. Parte de suas cinzas são lançadas às águas sagradas do Rio Jumna.

Em janeiro de 1996, parte das cinzas de Mahatma Gandhi é lançada no Rio Ganges, na cidade de Allahabad, local sagrado para os hinduístas. A cerimônia acontece no 49º aniversário de morte do líder pacifista.

Gandhi foi um pacifista convicto e sempre pregou uma doutrina de não-violência. Desejava que a paz reinasse entre hindus e muçulmanos; entre indianos e ingleses e entre toda a humanidade, por isso e muito mais, o "Mahatma Gandhi" permanecerá, para sempre, como símbolo da resistência pela NÃO-VIOLÊNCIA.

Mohandas Karamchand Gandhi, o conhecido "Mahatma" (A Grande Alma) estará para sempre, sem dúvida alguma, por suas palavras e atitudes, entre os homens que mais enobreceram a raça humana.

Albert Einstein disse sobre Gandhi: "As gerações futuras apenas acreditarão que um homem como este caminhou na terra em carne e osso."

Pensamentos de Mahatma Ghandi

  1. O desejo sincero e profundo do coração é sempre realizado; em minha própria vida tenho sempre verificado a certeza disto."
  2. "Creio poder afirmar, sem arrogância e com a devida humildade, que a minha mensagem e os meus métodos são válidos, em sua essência, para todo o mundo."
  3. "Acho que vai certo método através das minhas incoerências. Creio que há uma coerência que passa por todas as minhas incoerências, assim como há na natureza uma unidade que permeia as aparentes diversidades."
  4. "As enfermidades são os resultados, não só dos nossos atos, como também dos nossos pensamentos."
  5. "Satyagraha - a força do espírito - não depende do número, depende do grau de firmeza."
  6. "Satyagraha e Ahimsa são como duas faces da mesma medalha, ou melhor, como as duas cades de um pequeno disco de metal liso e sem incisões. Quem poderá dizer qual é a certa? A não-violência é o meio. A Verdade, o fim."
  7. "A minha vida é um Todo indivisível, e todos os meus atos convergem uns nos outros; e todos eles nascem do insaciável amor que tenho para com toda a humanidade."
  8. "Uma coisa lançou profundas raízes em mim: a convicção de que a moral é o fundamento das coisas, e a verdade, a substância de qualquer moral. A verdade tornou-se meu único objetivo. Ganhou importância a cada dia. E também a minha definição dela se foi constantemente ampliando."
  9. "Minha devoção à verdade empurrou-me para a política; e posso dizer, sem a mínima hesitação, e também com toda a humildade que, não entendem nada de religião aqueles que afirmam que ela nada tem a ver com a política."
  10. "A minha preocupação não está em ser coerente com as minhas afirmações anteriores sobre determinado problema, mas em ser coerente com a verdade."
  11. "O erro não se torna verdade por se difundir e multiplicar facilmente. Do mesmo modo, a verdade não se torna erro pelo fato de ninguém a ver."
  12. "O amor é a força mais abstrata, e também a mais potente, que há no mundo."
  13. "O Amor e a verdade estão tão unidos entre si que é praticamente impossível separá-los. São como duas faces da mesma medalha."
  14. "O ahimsa (amor) não é somente um estado negativo que consiste em não fazer o mal, mas também um estado positivo que consiste em amar, em fazer o bem a todos, inclusive a quem faz o mal."
  15. "O ahimsa não é coisa tão fácil. É mais fácil dançar sobre uma corda que sobre o fio da ahimsa."
  16. "Só podemos vencer o adversário com o amor, nunca com o ódio."
  17. "A única maneira de castigar quem se ama é sofrer em seu lugar."
  18. "É o sofrimento, e só o sofrimento, que abre no homem a compreensão interior."
  19. "Unir a mais firme resistência ao mal com a maior benevolência para com o malfeitor. Não existe outro modo de purificar o mundo."
  20. "A minha natural inclinação para cuidar dos doentes transformou-se aos poucos em paixão; a tal ponto que muitas vezes fui obrigado a descuidar o meu trabalho. . ."
  21. "A não-violência é a mais alta qualidade de oração. A riqueza não pode consegui-la, a cólera foge dela, o orgulho devora-a, a gula e a luxúria ofuscam-na, a mentira a esvazia, toda a pressão não justificada a compromete."
  22. "Não-violência não quer dizer renúncia a toda forma de luta contra o mal. Pelo contrário. A não-violência, pelo menos como eu a concebo, é uma luta ainda mais ativa e real que a própria lei do talião - mas em plano moral."
  23. "A não-violência não pode ser definida como um método passivo ou inativo. É um movimento bem mais ativo que outros que exigem o uso das armas. A verdade e a não-violência são, talvez, as forças mais ativas de que o mundo dispõe."
  24. "Para tornar-se verdadeira força, a não-violência deve nascer do espírito."
  25. "Creio que a não-violência seja infinitamente superior à violência, e que o perdão seja bem mais viril que o castigo..."
  26. "A não-violência, em sua concepção dinâmica, significa sofrimento consciente. Não quer absolutamente dizer submissão humilde à vontade do malfeitor, mas um empenho, com todo o ânimo, contra o tirano. Assim, um só indivíduo, tendo como base esta lei, pode desafiar os poderes de um império injusto para salvar a própria honra, a própria religião, a própria alma e adiantar as premissas para a queda e a regeneração desse mesmo império."
  27. "O método da não-violência pode parecer demorado, muito demorado, mas eu estou convencido de que é o mais rápido."
  28. "Após meio século de experiência, sei que a humanidade não pode ser libertada senão pela não-violência. Se bem entendi, é esta a lição central do cristianismo."
  29. "Só se adquire perfeita saúde vivendo na obediência às leis da Natureza. A verdadeira felicidade é impossível sem a verdadeira saúde, e a verdadeira saúde é impossível sem rigoroso controle da gula. Todos os demais sentidos estarão automaticamente sujeitos a controle quando a gula estiver sob controle. Aquele que domina os próprios sentidos conquistou o mundo inteiro e tornou-se parte harmoniosa da natureza."
  30. "A civilização, no sentido real da palavra, não consiste na multiplicação, mas na vontade de espontânea limitação das necessidades. Só essa espontânea limitação acarreta a felicidade e a verdadeira satisfação. E aumenta a capacidade de servir."
  31. "É injusto e imoral tentar fugir às conseqüências dos próprios atos. É justo que a pessoa que come em demasia se sinta mal ou jejue. É injusto que quem cede aos próprios apetites fuja às conseqüências, tomando tônicos ou outros remédios. É ainda mais injusto que uma pessoa ceda às próprias paixões animalescas e fuja às conseqüências dos próprios atos."
  32. "A Natureza é inexorável, e vingar-se-á completamente de uma tal violação de suas leis."
  33. "Aprendi, graças a uma amarga experiência, a única suprema lição: controlar a ira. E do mesmo modo que o calor conservado se transforma em energia, assim a nossa ira controlada pode transformar-se em uma função capaz de mover o mundo. Não é que eu não me ire ou perca o controle. O que eu não dou é campo à ira. Cultivo a paciência e a mansidão e, de uma maneira geral, consigo. Mas quando a ira me assalta, limito-me a controlá-la. Como consigo? É um hábito que cada um deve adquirir e cultivar com uma prática assídua."
  34. "O silêncio já se tornou para mim uma necessidade física espiritual. Inicialmente escolhi-o para aliviar-me da depressão. A seguir precisei de tempo para escrever. Após havê-lo praticado por certo tempo descobri, todavia, seu valor espiritual. E, de repente, dei conta de que eram esses momentos em que melhor podia comunicar-me com Deus. Agora, sinto-me como se tivesse sido feito para o silêncio."
  35. "Aqueles que têm um grande autocontrole, ou que estão totalmente absortos no trabalho, falam pouco. Palavra e ação juntas não andam bem. Repare na natureza: trabalha continuamente, mas em silêncio."
  36. "Aquele que não é capaz de governar a si mesmo, não será capaz de governar os outros."
  37. "Quem sabe concentrar-se numa coisa e insistir nela como único objetivo, obtém, ao cabo, a capacidade de fazer qualquer coisa."
  38. "A verdadeira educação consiste em pôr a descoberto ou fazer atualizar o melhor de uma pessoa. Que livro melhor que o livro da humanidade ?"
  39. "Não quero que minha casa seja cercada por muros de todos os lados e que as minhas janelas esteja tapadas. Quero que as culturas de todos os povos andem pela minha casa com o máximo de liberdade possível."
  40. "Nada mais longe do meu pensamento que a idéia de fechar-me e erguer barreiras. Mas afirmo, com todo respeito, que o apreço pelas demais culturas pode convenientemente seguir, e nunca anteceder, o apreço e a assimilação da nossa. (...) Um aprendizado acadêmico, não baseado na prática, é como um cadáver embalsamado, talvez para ser visto, mas que não inspira nem nobilita nada. A minha religião proíbe-me de diminuir ou desprezar as outras culturas, e insiste, sob pena de suicídio civil, na necessidade de assimilar e viver a vida."
  41. "Ler e escrever, por si, não são educação. Eu iniciaria a educação da criança, portanto, ensinando-lhe um trabalho manual útil, e colocando-a em grau de produzir desde o momento em que começa sua educação. Desse modo, todas as escolas poderiam tornar-se auto-suficientes, com a condição de o Estado comprar os manufaturados."
  42. "Acredito que um tal sistema educativo permitira o mais alto desenvolvimento da mente e da alma. É preciso, porém, que o trabalho manual não seja ensinado apenas mecanicamente, como se faz hoje, mas cientificamente, isto é, a criança deveria saber o porquê e o como de cada operação."
  43. "Os olhos, os ouvidos e a língua vêm antes da mão. Ler vem antes de escrever e desenhar antes de traçar as letras do alfabeto."
  44. "Se seguirmos este método, a compreensão das crianças terá a oportunidade de se desenvolver melhor do que quando é freada, iniciando-se a instrução pelo alfabeto."
  45. "Odeio o privilégio e o monopólio. Para mim, tudo o que não pode ser dividido com as multidões é 'tabu'."
  46. "A desobediência civil é um direito intrínseco do cidadão. Não ouse renunciar, se não quer deixar de ser homem. A desobediência civil nunca é seguida pela anarquia. Só a desobediência criminal deve ser reprimida com a força. Reprimir a desobediência civil é tentar encarcerar a consciência."
  47. "Todo aquele que possui coisas de que não precisa é um ladrão."
  48. "Quem busca a verdade, quem obedece a lei do amor, não pode estar preocupado com o amanhã."
  49. "As divergências de opinião não devem significar hostilidade. Se fosse assim, minha mulher e eu deveríamos ser inimigos figadais. Não conheço duas pessoas no mundo que não tenham tido divergências de opinião. Como seguidor da Gita (Bhagavad Gita), sempre procurei nutrir pelos que discordam de mim o mesmo afeto que nutro pelos que me são mais queridos e vizinhos."
  50. "Continuarei confessando os erros cometidos. O único tirano que aceito neste mundo é a "silenciosa e pequena voz" dentro de mim. Embora tenha que enfrentar a perspectiva de formar minoria de um só, creio humildemente que tenho coragem de encontrar-me numa minoria tão desesperadora."
  51. "Nas questões de consciência a lei da maioria não conta."
  52. "Estou firmemente convencido de que só se perde a liberdade por culpa da própria fraqueza."
  53. "Acredito na essencial unidade do homem e, portanto, na unidade de tudo o que vive. Por conseguinte, se um homem progredir espiritualmente, o mundo inteiro progride com ele, e se um homem cai, o mundo inteiro cai em igual medida."
  54. "Minha missão não se esgota na fraternidade entre os indianos. A minha missão não está simplesmente na libertação da Índia, embora ela absorva, em prática, toda a minha vida e todo o meu tempo. Por meio da libertação da Índia espero atuar e desenvolver a missão da fraternidade entre os homens."
  55. "O meu patriotismo não é exclusivo. Engloba tudo. Eu repudiaria o patriotismo que procurasse apoio na miséria ou na exploração de outras nações. O patriotismo que eu concebo não vale nada se não se conciliar sempre, sem exceções, com o bem maior e com a paz de toda a humanidade."
  56. "A mulher deve deixar de se considerar o objeto da concupiscência do homem. O remédio está em suas mãos, mais que nas mãos do homem."
  57. "Uma vida sem religião é como um barco sem leme."
  58. "A fé – um sexto sentido – transcende o intelecto sem contradizê-lo."
  59. "A minha fé, nas densas trevas, resplandece mais viva."
  60. "Somente podemos sentir deus destacando-nos dos sentidos."
  61. "O que eu quero alcançar, o ideal que sempre almejei com sofreguidão (...) é conseguir o meu pleno desenvolvimento, ver Deus face-a-face, conseguir a libertação do Eu."
  62. "Orar não é pedir. Orar é a respiração da alma."
  63. "A oração salvou-me a vida. Sem a oração teria ficado muito tempo sem fé. Ela salvou-me do desespero. Com o tempo a minha fé aumentou e a necessidade de orar tornou-se mais irresistível... A minha paz muitas vezes causa inveja. Ela vem-me da oração. Eu sou um homem de oração. Como o corpo se não for lavado fica sujo, assim a alma sem oração se torna impura."
  64. "O Jejum é a oração mais dolorosa e também a mais sincera e compensadora."
  65. "O Jejum é uma arma potente. Nem todos podem usá-la. Simples resistência física não significa aptidão para jejum. O Jejum não tem absolutamente sentido sem fé em Deus."
  66. "Para mim, nada mais purificador e fortificante que um jejum."
  67. "Os meus adversários serão obrigados a reconhecer que tenho razão. A verdade triunfará. . . Até agora todos os meus jejuns foram maravilhosos: não digo em sentido material, mas por aquilo que acontece dentro de mim. É uma paz celestial."
  68. "Jejum para purificar a si mesmo e aos outros é uma antiga regra que durará enquanto o homem acreditar em Deus."
  69. "Tenho profunda fé no método de jejum particular e público. . . Sofrer, mesmo até a morte e, portanto, mesmo mediante um jejum perpétuo, é a arma extrema do satyagrahi. É o último dever que podemos cumprir. O Jejum faz parte de meu ser, como acontece, em maior ou menor escala, com todos os que procuraram a verdade. Eu estou fazendo uma experiência de ahimsa em vasta escala, uma experiência talvez até hoje desconhecida pela história."
  70. "Quem quer levar uma vida pura deve estar sempre pronto para o sacrifício."
  71. "O dever do sacrifício não nos obriga a abandonar o mundo e a retirar-nos para uma floresta, e sim a estar sempre prontos a sacrificar-nos pelos outros."
  72. "Quem venceu o medo da morte venceu todos os outros medos."
  73. "Os louvores do mundo não me agradam; pelo contrário, muitas vezes me entristecem."
  74. "Quando ouço gritar Mahatma Gandhi Ki jai, cada som desta frase me transpassa o coração como se fosse uma flecha. Se pensasse, embora por um só instante, que tais gritos podem merecer-me o swaraj; conseguiria aceitar o meu sofrimento. Mas quando constato que as pessoas perdem tempo e gastam energias em aclamações vãs, e passam ao longo quando se trata de trabalho, gostaria que, em vez de gritarem meu nome, me acendessem uma pira fúnebre, na qual eu pudesse subir para apagar, de uma vez por todas, o fogo que arde no coração."
  75. "Uma civilização é julgada pelo tratamento que dispensa às minorias."
  76. "Sei, por experiência, que a castidade é fácil para quem é senhor de si mesmo."
  77. "O brahmacharya é o controle dos sentidos no pensamento, nas palavras, e na ação. . . O que a ele aspira não deixará nunca de ter consciência de suas faltas, não deixará nunca de perseguir as paixões que se aninham ainda nos ângulos escuros de seu coração, e lutará sem trégua pela total libertação."
  78. "O brahmacharya, como todas as outras regras, deve ser observado nos pensamentos, nas palavras e nas ações. Lemos na Gita, e a experiência confirma-no-lo todos os dias, que quem domina o próprio corpo, mas alimenta maus pensamentos, faz um esforço vão. Quando o espírito se dispersa, o corpo inteiro, cedo ou tarde, o segue na perdição.
  79. "Por vezes pensa-se que é muito difícil, ou quase impossível, conservar castidade. O motivo desta falsa opinião é que, freqüentemente, a palavra castidade é entendida em sentido limitado demais." Pensa-se que a castidade é o domínio das paixões animalescas. Esta idéia de castidade é incompleta e falsa.
  80. "Vivo pela libertação da índia e morreria por ela, pois é parte da verdade. Só uma Índia livre pode adorar o Deus verdadeiro. Trabalho pela libertação da Índia porque o meu Swadeshi me ensina que, tendo nascido e herdado sua cultura, sou mais apto a servir à Índia e ela tem prioridade de direitos aos meus serviços. Mas o meu patriotismo não é exclusivo; não tem por meta apenas não fazer mal a ninguém, mas fazer bem a todos no verdadeiro sentido da palavra. A libertação da Índia, como eu a concebo, não poderá nunca constituir ameaça para o mundo."
  81. "Possuo a não-violência do corajoso? Só a morte dirá. Se me matarem e eu conseguir ter, uma oração nos lábios pelo meu assassino e o pensamento em Deus, ciente da sua presença viva no santuário do meu coração, então, e só então, poder-se-á dizer que possuo a não-violência do corajoso."
  82. "Não desejo morrer pela paralisação progressiva das minhas faculdades, como um homem vencido. A bala de meu assassino poderia pôr fim à minha vida. Acolhê-la-ia com alegria."
  83. "A regra de ouro consiste em sermos amigos do mundo e em nos considerarmos uma grande família humana. Quem faz distinção entre os fiéis da própria religião e os de outra, deseduca os membros da sua religião e abre caminho para o abandono, a irreligião."
  84. "A força de um homem e de um povo está na não-violência. Experimentem. "


Sobre a Revolução Não Violenta de Mahatma Gandhi

" Gandhi continua o que o Buddha começou. Em Buddha o espírito é o jogo do amor isto é, a tarefa de criar condições espirituais diferentes no mundo; Gandhi dedica-se a transformar as condições existenciais" (Albert Schweitzer)

" Não violência é a lei de nossa espécie, assim como a violência é a lei do bruto. O espírito, dormente no bruto, não sabe nenhuma lei que não a do poder físico. A dignidade de homem requer obediência a uma lei mais alta - a força do espírito ".
(Mahatma Gandhi)

" Se o homem perceber que é desumano obedecer a leis que são injustas, a tirania de nenhum homem o escravizará". (Mahatma Gandhi)

"Não pode haver nenhuma paz interior sem o verdadeiro conhecimento ".
(Mahatma Gandhi)

"Para a autodefesa, eu restabeleceria a cultura espiritual. A melhor autodefesa, e a mais duradoura, é a autopurificação ".
(Mahatma Gandhi)