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segunda-feira, 26 de maio de 2008

Uma superpotência econômica

Texto da revista The Economist de 17 de abril de 2008
Traduzido por Mercio Cezar Basso.

Petróleo poderia transformar a economia do Brasil, mas não necessariamente para melhor.


A lenda é de que o Brasil nunca vive do seu vasto potencial. Quando Stefan Zweig, um escritor Austríaco exilado disse em 1941 que sua nova casa era o "país do futuro", o humor popular seguiu o cordão “e sempre será”. Mais recentemente, quando Goldman Sachs juntou Brasil com Russia, India e China como o “BRIC” países que coletivamente representam o futuro econômico do mundo, havia muito murmúrio de que a sua medíocre taxa de crescimento econômico condenou-o a ser um intruso em tão dinâmica companhia.

Sim há razões para acreditar que a potência econômica da América do Sul de 190 milhões de pessoas está começando a contar no mundo. O crescimento econômico cresceu regularmente para 5.4% no ano passado. Isso é modesto para os padrões Chineses—mas a comparação é enganadora. O Brasil alcançou as taxas de crescimento Chinesas nos 3/4 do século XX. Isso foi quando ele era quase tão pobre quanto a China. É mais difícil para um país como o Brasil crescer a tais taxas agora. E agora parece que é como se o Brasil se tornará uma potência do petróleo também.

A previsão de crescimento do Brasil foi descarrilhada por débitos e altos preços do petróleo, um desastre que obrigou o então governo militar a dar passagem ao governo civil. Nos primeiros anos da democracia restaurada viram crônica inflação, torpor econômico e teor político. Na década e meia passada entretanto, sob reformas democráticas de governo, Brasil conteve a inflação, abriu para o mundo uma economia protegida e começou a atacar os problemas sociais. Pobreza e desigualdade estão baixando constantemente. O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de esquerda, veio para o poder em 2002 e, para a surpresa de alguns, manteve o seu compromisso de estabilidade econômica e abertura.

Tudo isso gradualmente criou uma nova expectativa entre os empresários. Companhias brasileiras, geralmente empresas familiares fechadas, agora estão entrando no mercado de ações para angariar fundos, na maioria dos casos para financiar expansões no exterior. Algumas, como a Vale, a segunda maior mineradora mundial e a Embraer, a terceira maior fabricante de aviões, ambas privatizadas nos anos 90, são bem conhecidas. Uma porção de outras estão para se tornar também. Estrangeiros também captaram a idéia: investimentos estrangeiros diretos alcançaram a quantia recorde de US$ 34.6 bilhões no ano passado.

Cuidar das riquezas

Muitas dessas companhias estão ligadas ao agronegócio ou outras commodities primárias. Uma razão para preocupar-se que o Brasil está novamente gabando-se somente para falsear de que ele tem sido um dos grandes beneficiários dos altos preços das commodities - aquela mesma tendência que está empurrando para cima o custo dos alimentos ao redor do mundo. Tirando este estímulo cíclico e o desempenho do país pareceria menos vibrante. Alguns economistas argumentam que o Brasil é o beneficiário de uma mudança estrutural, na qual a industrialização da Ásia e o aumento de uma nova classe média num mundo em desenvolvimento manterão os preços das commodities altos. Além do que, o Brasil produz mais do que apenas grãos de soja. Ele tem muitas indústrias manufatureiras também. E a mais recentemente descoberta de campos de petróleo e gás natural podem torná-lo maior do que aqueles do Mar do Norte dos anos 60.

A riqueza do petróleo é adorável, é claro. Mas é também a causa para preocupar-se. A moeda do Brasil, o real voou para níveis que faz os industriais estremecerem. Se ele se tornar uma petro-moeda, muitas fábricas serão forçadas a fechar a menos que o inutilmente alto custo de fazer negócios no Brasil seja reduzido drásticamente. Além disso, a mais impressionate realização do Brasil como uma democracia veio quando o governo tinha menos espaço para manobrar.

A preocupação agora é que a bonança de petróleo enfraquecerá uma já enferma determinação de perfurar mais profundo nos problemas estruturais da economia. Estas dificuldades incluem uma opressiva carga tributária e um código laboral que faz as firmas terem cautela ao contratar.

Entre eles, estes têm confinado 40% da força de trabalho para a economia informal. Embora ele precise gastar muito mais em infraestrutura, Lula esbanja uma grande quantidade de taxas recordes de arrecadação e pagamento de despesas públicas.

Uma plataforma de petróleo poderia também ajudar a voraz apetite dos políticos para uma campanha política. Lula tem feito muito para fazer a democracia brasileira mais genuina. Mas ele foi reeleito em 2006 apesar de um escândalo de corrupção que teria derrubado um político de menor habilidade. Desde então ele tem baseado em popularidade derivada de tempos econômicos ensolarados e uma política social bem desenhada. O perigo é a vaidade. Comparado com o passado, o Brasil está de fato indo muito melhor. Mas antes que a euforia do petróleo comece, os líderes do Brasil deveriam perguntar-se porque tantos outros países tiveram maiores retornos com muito menor dote natural.

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