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terça-feira, 4 de março de 2014

Doze Anos de Escravidão - Solomon Northup - 12 Years a Slave

Solomon Northup (1808 - 1863) era um Afro-americano livre de Nova York, filho de um escravo liberto. Um fazendeiro e violinista, ele era dono de um imóvel em Hebron. Em 1841, ele foi sequestrado por traficantes de escravos, tendo sido seduzido com uma oferta de emprego como violinista. 

Quando ele acompanhou seus supostos empregadores a Washington, DC, que o drogaram e o venderam como escravo. Ele foi enviado para New Orleans, onde foi vendido a um proprietário de plantação em Louisiana. 

Ele foi detido na região de Red River de Louisiana por vários proprietários diferentes por 12 anos, período em que seus amigos e familiares não tiveram conhecimento dele. Ele fez repetidas tentativas de fuga e de receber notícias de fora da fazenda. Eventualmente, ele recebeu a notícia de sua família, que em contato com amigos contataram o governador de Nova York, Washington Hunt, para a sua causa . Ele recuperou a liberdade em janeiro de 1853 e voltou para a sua família em Nova York.

Northup processou os comerciantes de escravos, em Washington, DC, mas perdeu no tribunal local. A Lei do Distrito de Columbia proibiu-o como um homem negro de testemunhar contra os brancos e, sem o seu testemunho, ele foi incapaz de processar por danos civis. Mais tarde, no Estado de Nova York, os dois homens foram acusados ​​de sequestro , mas dois anos depois, as acusações foram retiradas.

Em seu primeiro ano de liberdade Northup publicou um relato de suas experiências no livro de memórias Twelve Years a  Slave (1853) . Northup também deu dezenas de palestras em todo o Nordeste sobre suas experiências, a fim de apoiar a causa abolicionista. Embora alguns contemporâneos acreditassem que ele mais tarde foi raptado de novo, os detalhes de sua morte são incertos.

As memórias de Northup foram adaptadas e produzidas como A Odisséia de Solomon Northup em 1984 pela PBS filmes e o filme Doze Anos de Escravidão foi lançado em 2013 e ganhou o Oscar de melhor filme.

O governo dos Estados Unidos distribui para todas as escolas americanas, um DVD e um exemplar do Livro Doze Anos de Escravidão.

domingo, 19 de janeiro de 2014

O Pianista e Wilm Hosenfeld



Este filme conta a história de Wladislaw Spilzman, um judeu polonês que sobreviveu aos horrores do holocausto.
Wladislaw Spilzman

Para quem assistiu o filme O Pianista (2002), talvez não tenha procurado saber mais sobre o militar alemão que ajudou-o para não morrer de frio e fome.

Trata-se de Wilm Hosenfeld, um católico devoto que ajudou muitos judeus e poloneses durante a Segunda Guerra Mundial. Ele se juntou ao partido nazista em 1935, mas como um oficial da Wehrmacht na Polônia, ele ficou chocado com o tratamento nazistas ao povo polonês, especialmente os judeus. 


Ele gravou muitas de suas impressões em um diário, trechos de que podem ser encontrados em algumas edições do livro de memórias de Szpilman, a base do filme. Quando Hosenfeld foi capturado pelos nazistas, muitas pessoas pediram a sua libertação, mas foram rejeitados. O exército soviético simplesmente não podia acreditar que um oficial de sua posição não tinha participado em quaisquer atrocidades de guerra. Hosenfeld foi torturado durante o cativeiro e morreu como um prisioneiro soviético do campo de guerra em 1952 em Stalingrado. 


"Foi o único ser humano com uniforme alemão que conhecí" - Wladislaw Spilzman.



Em outubro de 2007 o presidente da polonia concedeu a Wilm Hosenfeld a Cruz de Comandante da Ordem Polonia Restituida (Krzyż Komandorski Orderu Odrodzenia Polski).
Wilm Hosenfeld
O Filho de Władysław Szpilman, Andrzej Szpilman, solicitou a Yad Vashem que reconhecesse a Wilm Hosenfeld como Justo entre as Nações, um título que se concede aos não judeus que arriscaram suas vidas por salvar aos judeus. O reconhecimento não esteve isento de dúvidas já que Hosenfeld aparecia em muitos testemunhos como um oficial de interrogação de prisioneiros. Finalmente os extratos de seus diários pessoais, cartas e testemunhos não deixaram lugar a dúvidas a respeito do nobre espírito que possuia Hosenfeld. 

Em 25 de novembro de 2008 aconteceu tal reconhecimento. Israel honrou à figura de Hosenfeld em 19 de junho de 2009 numa cerimonia celebrada em Berlim. Hosenfeld se convertia assim em um dos poucos militares alemães que participaram na II Guerra Mundial em receber o título de "Justo entre as Nações". 


Os filhos de Hosenfeld e Szpilman assistiram à cerimônia. "Somos conscientes de que esta é a maior honra com que o Estado de Israel reconhece aos não judeus", declarou o filho do capitão alemão, Detlev Hosenfeld. Por sua parte, Andrzej Szpilman manifestou então que Hosenfeld "ajudou a muita gente distinta no principio da guerra, independentemente de sua origem, religião ou raça". "O salvador da vida de judeus que honramos mostra que houve gente de uniforme, inclusive sob a ditadura e o terror, que defenderam a humanidade e a compaixão", disse o embaixador adjunto de Israel em Berlim, Ilan Mor.

-"será que o diabo tomou a forma humana?"-"Nós chegamos a uma vergonha inexpugnável, de uma maldição inapagável. Não merecemos misericórdia, todos somos culpados. Me envergonho de caminhar pela cidade [Varsóvia], qualquer polaco tem o direito de nos cuspir na cara"- Wilm Hosenfeld.

In Darkness - Na Escuridão



Este filme In Darkness (Na Escuridão) conta a história de judeus que foram mantidos dentro das tubulações de esgoto da cidade de Lwow.


Conta também a história de Leopold Socha que morava em um bairro pobre de Lwow e trabalhou para o departamento de saneamento municipal e, secretamente, como um ladrão. Em 1943, ele começou a esconder vinte refugiados judeus em canais de esgoto. Os judeus tinham fugido do gueto através das tábuas para evitar ser capturado pelos nazistas.

Inicialmente, os judeus pagavam seus benfeitores, mas finalmente ficaram sem dinheiro. Socha, sua esposa Magdalena, e um colega de trabalho chamado Stefan Wróblewski continuaram alimentando e abrigando os refugiados com seus próprios recursos. Eles ajudaram o grupo por 14 meses, a duração da guerra. Dez dos vinte refugiados judeus sobreviveram.

Leopold Socha
Em 1946 Socha e sua filha estavam andando de bicicleta quando um caminhão militar soviético veio cambaleando em direção a eles. Ele dirigiu sua bicicleta em sua direção para derrubá-la para fora do caminho, salvando-a, mas morrendo no processo. Após sua morte, os judeus que Socha tinha abrigado voltaram para prestar suas homenagens.


Em 23 de maio de 1978 Yad Vashem de Israel reconheceu Leopold e Magdalena Socha como Justo entre as Nações. Em 1981 Stefan Wroblewski e sua esposa receberam a mesma honra.

A História de Socha foi retratada em 2011 no filme In Darkness, que foi nomeado para Melhor Filme Estrangeiro na edição de número 84 da Academia.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Provérbio Árabe

Não diga tudo o que sabes
Não faças tudo o que podes
Não acredite em tudo que ouves
Não gaste tudo o que tens

Porque:

Quem diz tudo o que sabe,
Quem faz tudo o que pode,
Quem acredita em tudo o que ouve,
Quem gasta tudo o que tem;

Muitas vezes diz o que não convém,
Faz o que não deve,
Julga o que não vê,
Gasta o que não pode.

sábado, 30 de novembro de 2013

Hellen Keller

A mulher que via com as mãos

Helen Keller não completara ainda 2 anos de idade quando foi atingida por uma doença que a deixou cega e surda para toda a vida. Durante alguns anos, ela foi, segundo as suas próprias palavras, "selvagem e indisciplinada", expressando-se com violência.

Mas aos 6 anos surgiu na sua vida a professora Ann Sullivan. Utilizando o sentido do tato como elo de ligação entre os mundos de ambas e escrevendo as palavras na mão da pupila, a nova professora tentou insistentemente dar a entender a Helen a relação entre as palavras e aquilo que elas significam.O ponto de viragem deu-se com a palavra "água": enquanto a água de uma bica jorrava sobre uma das mãos da sua aluna, Ann Sullivan escrevia "água" na outra. "mantive-me quieta, toda a minha atenção concentrada sobre o movimento dos seus dedos", recorda Helen. "subitamente, senti a emoção de uma idéia que se repetia - e assim me foi revelado o mistério da linguagem." desde esse dia, Helen "viu" o mundo de outra maneira. O sentido do tato tornou-se para ela uma espécie de visão: "às vezes, é como se a própria essência da minha carne fosse uma miríade de olhos a ver... Não posso dizer se vemos melhor com as mãos ou com os olhos: sei apenas que o mundo que vejo com as minhas mãos é vivo, colorido gratificante."

Helen descobriu maneiras engenhosas de sentir as imagens e os sons: "por vezes, se tiver sorte, coloco suavemente a mão numa pequena árvore e sinto o feliz estremecer de um passarinho que canta." e por meio do tacto, ela conseguia "detectar o riso, a tristeza e muitas outras emoções obvias. Conheço as minhas amigas só por tocar-lhes as faces".

Helen Keller, sentia que o silêncio e a escuridão em que vivia lhe tinham aberto a porta para um mundo de sensações de que as pessoas mais "afortunadas" nunca se apercebem: "com os meus três guias fieis, o tato, o olfato e o paladar, faço muitas excursões ás zonas limites da cidade da luz."

Do "abc" da mente humana; Seleções do Readers Digest.

Nascida em 27 de junho de 1880 no Alabama (EUA), Helen Keller foi excluída do mundo com um ano de idade: uma escarlatina deixou-a totalmente cega e surda. Helen foi crescendo como uma selvagem, num universo escuro e silencioso. Em 1887, sua vida deu uma guinada com a chegada de Anne Sullivan, uma ex-cega que aceitou o desafio de educá-la. Durante um mês, Sullivan ensinou a menina a soletrar palavras com os dedos de uma mão, enquanto tocava um objeto com a outra. Helen aprendeu. Só não sabia que estava formando palavras, porque não sabia que elas existiam... Certa tarde, Anne mergulhou a mão esquerda de Hellen num balde d’água e soletrou "água" com a outra mão. Repetiu várias vezes a operação e o milagre aconteceu: Helen entendeu que "água" era o nome do líquido que sentia pelo tato. Até o fim do dia, aprendeu mais 30 palavras. Em pouco tempo dominou o alfabeto braile, demonstrando incrível facilidade em ler e escrever. Aos 10 anos aprendeu a falar e propôs-se a cursar faculdade. Em 1904, formou-se com louvor, sendo a primeira cega e surda a completar um curso universitário. A partir daí dedicou-se à defesa dos direitos de mulheres, pobres e deficientes. Morreu em 1968.

DIA DE HELLEN KELLER


Histórico Em 1971, a Diretoria do Lions Clubs International declarou que o dia 1º de junho seria lembrado como o "Dia de Helen Keler". Os Leões do mundo inteiro implementam projetos de serviços relativos à visão no Dia de Helen Keller.
Helen Keller
Nascida Helen Adams Keller, em 27 de junho de 1880 em Tuscumbia, Alabama, EUA, a criança desenvolveu uma febre aos 18 meses de idade. Em seguida, Helen ficou cega, surda e muda.
Quando tinha seis anos, a professora Anne Mansfield Sullivan, da Perkins School for the Blind (Escola para cegos Perkins), foi contratada como professora de Helen. A moça, de 20 anos, ensinou a Helen a linguagem de sinais e o braile. A história da professora e sua aluna foi recontada na peça e no filme de William Gibson, "The Miracle Worker (O milagre de Anne Sullivan)".
Aos dez anos, Helen Keller aprendeu a falar. Sarah Fuller, da Escola Horace Mann, foi sua primeira professora de linguagem.
Em 1898, Helen entrou para a Cambridge School for Young Ladies (Escola para moças Cambridge). No outono de 1900, Helen matriculou-se no Radcliffe College. Conseguiu o bacharelado cum laude (com louvor) em Letras em 1904.
Através dos anos, Anne Sullivan permaneceu ao lado de sua aluna. Ela formava letras na mão de Helen para compreensão de livros de texto, palestras da faculdade e conversação.
A cruzada pessoal de Helen Keller
Em 1915, Helen juntou-se à primeira diretoria do Permanent Blind Relief War Fund (Fundo permanente de ajuda aos cegos de guerra), mais tarde conhecido como American Braille Press (Imprensa braile americana).
Em 1924, a jovem fundou a Helen Keller Endowment Fund (Fundo de dedicação Hellen Keller). No mesmo ano, Helen ligou-se à American Foundation for the Blind (Fundação americana para portadores de deficiência visual) como conselheira para relações nacionais e internacionais.
Em 30 de junho de 1925, Keller discursou na Convenção do Lions Clubs Internacional, realizada em Cedar Point, Ohio, EUA. Desafiou os Leões a se tornarem "paladinos dos deficiêntes visuais na cruzada contra a escuridão". (Clique aqui para ler seu discurso na íntegra.) Ela disse, "Eu sou sua oportunidade. Estou batendo à sua porta."
Em 1946, Helen Keller tornou-se conselheira para relações internacionais da American Foundation for Overseas Blind (Fundação americana para os deficientes visuais estrangeiros). Visitou 35 países.
Sua vida virou filme. "Helen Keller in Her Story" (Helen Keller e sua História) recebeu o "Oscar" de melhor documentário da Academia de artes e ciências cinematográficas em 1955.
Helen Keller fez sua última aparição pública em Washington, D.C., EUA, em 1961. Recebeu o Prêmio Humanitário Lions por uma vida inteira de dedicação.
Helen morreu em 1º de junho de 1968, aos 87 anos. Seu pedido para os Leões, 43 anos antes, inspirou a organização internacional a adotar o Programa Conservação da visão e trabalho com deficientes visuais como uma de suas principais iniciativas de serviço.
Em 1971, o Lions do Alabama dedicou-lhe o Helen Keller Memorial Park. O parque está localizado no local onde ela nasceu, um lugar chamado Ivy Green. Desde a dedicação do parque, Leões de 37 países têm enviado presentes. O ponto central do memorial é um busto de Helen Keller com uma placa gravada em que se lê, "Eu sou sua oportunidade".
Para obter mais informações, entre em contato com o Departamento de desenvolvimento de programas na Sede do Lions Clubs International, através do endereço: mailto:executiveservices@lionsclubs.org

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Poema da Dádiva - Khalil Gibran

"Então um homem opulento disse: “Fala-nos da dádiva.”

E ele respondeu:

“Vós pouco dais quando dais de vossas posses.

É quando dais de vós próprios que realmente dais.

Pois, o que são vossas posses senão coisas que guardais por medo de precisardes delas amanhã?

E amanhã, que trará o amanhã ao cão ultraprudente que enterra ossos na areia movediça enquanto segue os peregrinos para a cidade santa?

E o que é o medo da necessidade senão a própria necessidade?

Não é vosso medo da sede, quando vosso poço está cheio, a sede insaciável?

Há os que dão pouco do muito que possuem, e fazem-no para serem elogiados, e seu desejo secreto desvaloriza suas dádivas.

E há os que têm pouco e dão-no integralmente.

Esses confiam na vida e na generosidade da vida, e seus cofres nunca se esvaziam.

E há os que dão com alegria, e essa alegria é já a sua recompensa.

E há os que dão com pena, e essa pena é o seu batismo.

E há os que dão sem sentir pena nem buscar alegria nem pensar na virtude:

Dão como, no vale, o mirto espalha sua fragrância no espaço.

Pelas mãos de tais pessoas, Deus fala; e através de seus olhos Ele sorri para o mundo.

É belo dar quando solicitado; é mais belo, porém, dar sem ser solicitado, por haver apenas compreendido;

E para os generosos, procurar quem recebe é uma alegria maior ainda que a de dar.

E existe alguma coisa que possais guardar?

Tudo o que possuís será um dia dado.

Dai agora, portanto, para que a época da dádiva seja vossa e não de vossos herdeiros.
Dizeis muitas vezes: “Eu daria, mas somente a quem merece”.

As árvores de vossos pomares não falam assim, nem os rebanhos de vossos pastos.

Dão para continuar a viver, pois reter é perecer.

Certamente, quem é digno de receber seus dias e suas noites é digno de receber de vós tudo o mais.

E quem mereceu beber do oceano da vida, merece encher sua taça em vosso pequeno córrego.

E que mérito maior haverá do que aquele que reside na coragem e na confiança, mais ainda, na caridade de receber?

E quem sois vós para que os homens devam expor o seu íntimo e desnudar seu orgulho a fim de que possais ver seu mérito despido e seu amor-próprio rebaixado?

Procurai ver, primeiro, se mereceis ser doadores e instrumentos do dom.

Pois, na verdade, é a vida que dá à vida, enquanto vós, que vos julgais doadores, são meras testemunhas.

E vós que recebeis – e vós todos recebeis – não assumais encargo de gratidão a fim de não pordes um jugo sobre vós e vossos benfeitores.

Antes, erguei-vos, junto com eles, sobre asas feitas de suas dádivas;

Pois se ficardes demasiadamente preocupados com vossas dívidas, estareis duvidando da generosidade daquele que tem a terra liberal por mãe e Deus por pai.”

Os 3 últimos desejos de Alexandre Magno



Quando à beira da morte, Alexandre convoca seus generais e seu escriba e relata a estes seus 3 últimos desejos:
1 – que seu caixão seja transportado pelas mãos dos mais reputados médicos da época;

2 – que seja espalhado no caminho até seu túmulo, seus tesouros conquistados (prata, ouro, pedras preciosas…);

3 – que suas duas mãos sejam deixadas balançando no ar, fora do caixão, a vista de todos.
Um dos seus generais, admirado com esses desejos insólitos, pergunta a Alexandre a razão destes. Alexandre explica então:
1 – Quero que os mais iminentes médicos carreguem meu caixão, para mostrar aos presentes que estes NÃO têm poder de cura nenhuma perante a morte;

2 – Quero que o chão seja coberto pelos meus tesouros para que as pessoas possam ver que os bens materiais aqui conquistados, aqui permanecem;

3 – Quero que minhas mãos balancem ao vento, para que as pessoas possam ver que de mãos vazias viemos, de mãos vazias partimos.

Vale a pena refletir sobre esse grande ensinamento que ele deixou.

Poema Invictus

Mais de um século após ser escrito, o poema "Invictus", do britânico William Ernest Henley continua fascinando e influenciando pessoas em todo o mundo. Certamente, Henley, o mais velho de seis filhos, não imaginou que tanto tempo depois suas palavras - escritas em 1875 - inspirariam um personagem importante da história não só da África, mas mundial: Nelson Mandela. 

Invictus - Original

Out of the night that covers me,


Black as the pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.

In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.

Beyond this place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds and shall find me unafraid.

It matters not how strait the gate,
How charged with punishment the scroll,
I am the master of my fate:
I am the captain of my soul. 


Invictus - Tradução

Dentro da noite que me rodeia
Negra como um poço de lado a lado
Agradeço aos deuses que existem
por minha alma indomável

Sob as garras cruéis das circunstâncias
eu não tremo e nem me desespero
Sob os duros golpes do acaso
Minha cabeça sangra, mas continua erguida

Mais além deste lugar de lágrimas e ira,
Jazem os horrores da sombra.
Mas a ameaça dos anos,
Me encontra e me encontrará, sem medo.

Não importa quão estreito o portão
Quão repleta de castigo a sentença,
Eu sou o senhor de meu destino
Eu sou o capitão de minha alma. 

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

O SEPARATISMO GAÚCHO

Em época de Semana Farroupilha no Rio Grande do Sul, transcrevo um artigo escrito na Gazeta Mercantil há muito tempo pelo Sr. Jarbas Passarinho. Apenas quero deixar bem claro que estou reproduzindo a opinião sobre o separatismo e não estou defendendo, enaltecendo ou julgando o ex senador e ex ministro Jarbas Passarinho.

O SEPARATISMO GAÚCHO - Jarbas Passarinho
Iniciei-me na vida militar na Escola Preparatória de Cadetes, em Porto Alegre, em que se transformara o Colégio Militar daquela capital. Por isso mesmo, encontramos no corpo de alunos grande contingente de gaúchos. O Contato com aqueles prezados camaradas de farda nunca no permitiu ter dúvidas a respeito da brasilidade rio-grandense-do-sul. Ao contrário da suspeição de sentimentos separatistas em decorrência da luta fratricida que, por dez anos talou o território do Rio Grande, no 2º Império, sempre ouvi de meus colegas peremptória declaração de orgulho de serem brasileiros. Chegavam a utilizar um argumento irrespondível, quando brincavam com seus companheiros de outros Estados: "Nós-diziam eles-somos brasileiros por opção, enquanto vocês o são em decorrência da linha de Tordesilhas..."

A história registra, nos duros embates dos farroupilhas contra as forças imperiais, passagens edificantes como a conhecida  e altiva resposta de David Canabarro, um dos chefes mais prestigiosos dos rebeldes, à imprudente oferta de uruguaios, para com ele se associarem na luta contra a Coroa. O primeiro oriental que ousar atravessar a fronteira, com esse fim, selará com seu sangue a paz farroupilha com o Império, respondeu-lhe Canabarro. E ainda que Bento Gonçalves seja estrela fulgurante no relicário dos seus heróis, e não Bento Manoel, isso significa um traço tradicional dos gaúchos; o repúdio aos "vira-casaca" e não a rejeição ao sentimento de brasilidade.

Nós, do Norte, igualmente brasileiros em decorrência da proeza esquecida de Pedro Teixeira, empurrando a linha de Tordesilhas de Belém para o Javari, devemos muito aos gaúchos, na consolidação do nosso território como brasileiro. Tive oportunidade, faz mais de 15 anos, de, conversando com Moisés Velhinho, lembrar-me da contribuição gaúcha à brasilidade dos nortistas não se limitava a Plácido de Castro, na conquista do Acre - incluía Joaquim Caetano da Silva, que nos proporcionou estender os limites pátrios até o Oiapoque. Passava pelo jovem capitão gaúcho Nelson de Melo, que, interventor no Amazonas, cancelou todas as concessões territoriais - e eram enormes! - que entregavam a americanos, australianos e japoneses praticamente toda a superfície amazonense. Mais tarde, o malogro da tentativa da "Hiléia Amazônica" deveu-se não só à reação do senador Augusto Meira e do deputado Arthur Bernardes, mas igualmente a Cordeiro de Faria, que chefiava o Estado-Maior das Forças Armadas, de recente criação. Mesmo na literatura, é de Raul Bopp o "Cobra Norato". Moisés Velhinho aproveitou a tese e a desenvolveu em um de seus melhores livros.

Muito ficamos a dever aos gaúchos, e eis que agora um trêfego sr. Estrela, que acaba de fundar um partido político cuja finalidade é separar o Rio Grande do Brasil, decide explicar suas razões, agredindo-nos a nós nortistas e nordestinos. Disse ele que a única ligação que temos é a mesma língua, mas que "nortistas e nordestinos falam-na chiando". Buscando outras dessemelhanças, afirmou que até ao fazer amor somos diferentes, pois que fazemos na rede. Ao mau gosto, juntou esse sr. Estrela a vulgaridade e a chulice . A essa altura é possível que no mesmo diapasão, alguém já lhe tenha dado resposta igualmente chula mas havemos de convir que, como argumento separatista, a observação, ainda que verdadeira fosse, pretende ser pejorativa e na verdade é apenas reveladora do primarismo do seu autor. Quisesse ele e encontraria verdadeiras diferenças de costumes, como o hábito do chimarrão, por exemplo, em contraposição ao do chibé (que ele não sabe o que é), mas essas diferenças nunca chegaram a anos separar , a nos fazer estranhos uns aos outros.

Há, isso sim, uma diferença basilar, e ela está no glorioso Rio Grande do Sul: é que embora a raça dos Canabarro ainda não se tenha extinguido, parece crescer a dos Estrelas, pequeninos, insignificantes, ávidos do pior tipo de notoriedade, a que cerca de sombras os imprudentes.

Os Gaúchos, cujos ancestrais escreveram a bela saga de brasilidade, expulsaram a tropel de cavalo e a pontaços de lança os inimigos que tantas vezes tentaram o domínio da província do Rio Grande, haverá de dar a esse infeliz partido, que pretende servir-se da auréola que ilumina a epopéia farroupilha, o destino natural das coisas desprezíveis. E continuaremos todos brasileiros, nós nortistas, segundo nosso agressor, usando rede para fazer amor, e os gaúchos dominando as coxilhas onde começa o Brasil.

Jarbas Passarinho. Foi Governador do pará, ministro do trabalho (governo Costa e Silva), da Educação (governo Médici) e da Previdência Social (governo Figueiredo).    

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Lenda dos Índios Cherokees


Na história dos Cherokees, índios da América do Norte, existe uma lenda que fala sobre o rito de passagem da juventude para a maturidade.
Ao final de uma tarde, o pai leva seu filho para a floresta, no alto de uma montanha, venda-lhe os olhos e deixa-o sozinho.
O jovem fica lá, sentado, sozinho, toda a noite, e não poderá remover a venda dos olhos até os raios do sol brilharem no dia seguinte.
Ele não poderá gritar por socorro para ninguém. Se ele conseguir passar a noite toda lá, será considerado um homem.
Ele não deverá contar a experiência aos outros meninos porque cada um deve tornar-se homem do seu próprio modo.
O menino ficará naturalmente amedrontado. É possível que ouça barulhos de toda espécie. Os animais selvagens poderão estar ao redor dele.
Talvez possa ser ameaçado por outro humano. Insetos e cobras poderão feri-lo. É provável que sinta frio, fome e sede.
O vento soprará a grama, as árvores balançarão e ele se manterá sentado estoicamente, nunca removendo a venda. Segundo os Cherokees, esse é o único modo de se tornar homem.
Finalmente, após a noite de provações, o sol aparece e a venda é removida. Ele então descobre seu pai sentado na montanha, próximo a ele. Estava ali, a noite inteira, protegendo seu filho do perigo.
* * *
Essa lenda nos remete aos momentos de dificuldades que atravessamos na vida e nos quais nos julgamos estar sozinhos.
Lembremos que Deus, Pai amoroso, está presente em nossas vidas em todos os momentos, nas alegrias e nas tristezas, pois jamais abandona um filho Seu.
Assim como o pai do jovem índio, Deus, através dos Benfeitores Espirituais, está sempre olhando por nós. Por descuido da fé, muitas vezes, não confiamos na Sua presença.
Evitemos tirar a venda dos olhos antes do amanhecer. Carreguemos a certeza em nossos corações de que estamos constantemente amparados pela Espiritualidade Maior.
Nossos caminhos não estarão livres de percalços nem das dores. Entendamos que as dificuldades que a vida nos impõe são instrumentos de crescimento e fortalecimento para o futuro.
*   *   *
Nunca estás sozinho.
No lugar onde estejas, Deus está contigo: no lar, no trabalho, no espairecimento, no repouso, na doença, na saúde, nele haurindo consolo e forças para prosseguires nos misteres a que te vinculas.
Somente te sentirás a sós, se deixares de preservar o vínculo consciente com o Seu amor. Mesmo assim, Ele permanecerá contigo.
Lembra-te: Deus é sempre o teu constante companheiro.
Redação do Momento Espírita, com base em lenda Cherokee e pensamentos finais
do cap. 13, do livro Filho de Deus, pelo Espírito Joanna de Ângelis,
 psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 19.09.2011.